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Mais de 800 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 38 óbitos em Petrópolis

Cidade apresenta número de internações semelhante ao do ano passado, aponta SIVEP-Gripe

Foto: Pixabay
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Larissa Martins

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), Petrópolis já soma 868 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 2025. O número é semelhante ao do mesmo período do ano passado, quando 860 ocorrências foram confirmadas. Já a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a morte de 38 vítimas em 2025 e 183 óbitos no mesmo período de 2024.

Os dados foram retirados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP- Gripe) e estão sujeitos a alterações.

Boletim Infogripe

Em nível nacional, a nova edição do Boletim InfoGripe, divulgada pela Fiocruz na quinta-feira (16), indica a continuidade do crescimento dos casos por influenza A em Goiás e São Paulo. Em relação à Covid-19, as notificações de casos graves seguem aumentando nos estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e em São Paulo e na Bahia, ainda sem grandes impactos nas hospitalizações.

Com relação as faixas etárias mais afetadas, apenas no Espírito Santo as ocorrências de SRAG por Covid-19, especificamente em idosos, seguem estáveis, ainda que em um patamar alto para a região.

A análise é referente à Semana Epidemiológica 41, que abrange o período de 5 a 11 de outubro. O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e respostas a eventos em saúde pública.

Dados anteriores

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos para SRAG, no país, foi de 39,8% para rinovírus; 20,1% para influenza A; 16,2% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 9,1% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 2% para influenza B. Entre os óbitos, 51,5% foram em decorrência de Sars-CoV-2; 21,4% de rinovírus; 15,5% de influenza A; 6,8% de VSR; e 2,9% de influenza B.

Dentre os casos positivos para SRAG em 2025, observou-se 41,6% para VSR; 27,7% para rinovírus; 23,3% para influenza A; 8% de Sars-CoV-2 (Covid-19); e 1,2% para influenza B. Com relação aos óbitos, já foram registrados 11.552 óbitos de SRAG em 2025, sendo 5.963 (51,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.530 (39,2%) negativos, e ao menos 181 (1,6%) aguardando resultado laboratorial. Observou-se 50,3% dos óbitos por SRAG foram causados por influenza A; 23% por Sars-CoV-2 (Covid-19); 14% por rinovírus; 11,8% por VSR; e 1,8% por influenza B.

Estados e capitais

O Boletim mostra que sete das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 41 Amazonas, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Em Tocantins, ainda não há dados laboratoriais suficientes para determinar o vírus que tem impulsionado o crescimento de SRAG no estado.

Oito das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a SE 41 Belém (Pará), Boa Vista (Roraima), Campo Grande (Mato Grosso do SUL), Cuiabá (Mato Grosso), Goiânia (Goiás), Palmas (Tocantins), São Paulo (São Paulo) e Vitória (Espírito Santo).

Grupo de risco

A Pesquisadora do Programa de Computação Científica (ProccFiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portela alerta que, diante do cenário é fundamental que especialmente as pessoas dos grupos de risco estejam com a vacinação em dia.

Portella ressalta ainda que a vacina contra esses vírus é a principal forma para evitar as formas mais graves e os óbitos por essas doenças. A pesquisadora ainda frisa que a incidência de SRAG por Covid-19 é maior nas crianças pequenas de até dois anos. Já mortalidade é maior entre os idosos.

Como objetivo de diminuir os riscos de contaminação por vírus respiratórios, Portela recomenda o uso de máscaras em postos de saúde e o isolamento em casa caso haja aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado. Se não for possível fazer esse isolamento, a orientação é sair de casa usando uma boa máscara, como a PFF2 ou a N95.

Prevenção em crianças

Embora, os números em Petrópolis se mantenham estáveis em relação a 2024, especialistas alertam que a prevenção é sempre o melhor caminho, especialmente entre crianças.

Segundo Luiz Felipe Almeida Maciel, médico da área de pediatria do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, as vias aéreas das crianças são mais estreitas e sensíveis, o que favorece o acúmulo de secreções. Grande parte das crianças também ainda não tomaram todas as vacinas, o que contribui para a resposta aos vírus.

“Muitos bebês ainda não completaram o calendário vacinal e não desenvolveram memória imunológica contra diversos vírus respiratórios”, acrescenta.

Atenção aos sintomas

De acordo com Maciel, sinais como febre, tosse persistente, chiado no peito, nariz entupido, dificuldade para mamar e respirar, respiração acelerada, cansaço e sonolência exigem atenção médica.

“O resfriado tende a ter evolução benigna, com sintomas leves e melhora espontânea. Já bronquiolite e pneumonia apresentam sintomas mais fortes e resistentes. Nestes casos, é fundamental procurar atendimento médico”, orienta o pediatra.

Cuidados

Manter os ambientes arejados ajuda a evitar a propagação de vírus. Recomenda-se o uso correto de umidificadores, sempre limpos, a boa hidratação e uma limpeza recorrente de ambientes, tapetes, sofás, cortinas, pelúcias e filtros de ar. Crianças com rinite ou asma exigem atenção redobrada.

“É essencial manter o tratamento preventivo em dia, evitar gatilhos como poeira e fumaça, e fazer consultas regulares para ajustes de medicação”, comenta Maciel.

Cartão de vacinação atualizado

O pediatra também reforça que a vacinação deve estar em dia, e que as doses contra os tipos de gripe devem ser tomadas anualmente, pois reduzem significativamente o risco de complicações respiratórias. Já a vacina pneumocócica protege contra pneumonias e outras infecções graves, e faz parte do calendário infantil do SUS.

Segundo Maciel, os seguintes erros comuns cometidos pelos pais devem ser evitados para prevenir complicações automedicar sem orientação médica, ignorar sinais de agravamento, não procurar atendimento em tempo hábil ou interromper o tratamento antes da hora.

“A prevenção é sempre o melhor caminho”, finaliza.

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