103 mulheres estavam em tratamento da doença em Petrópolis, no último ano
Mariana Machado estagiária
Nesta semana, foi comemorado o Dia Nacional da Mamografia e do Mastologista, data destinada à conscientização da importância do exame, indicado para mulheres acima dos 40 anos, e recomendada para detectar alterações na mama precocemente.
No Brasil, foram registrados 73.610 casos em 2023. Enquanto em Petrópolis, 149 mulheres estavam em tratamento em 2023, e 103 em 2024. Além disso, em 2023, foram realizadas 2.207 ultrassonografias e 1.169 mamografias na cidade.
Foi registrado em 2022 na cidade, 44 óbitos por conta da doença, sendo 24 delas acima de 65 anos de idade, 6 entre 55 e 64 anos, 10 entre 45 e 54 anos, 3 entre 35 e 44 anos, e uma entre 25 e 34 anos.
A radiografia do tecido mamário é feita por um equipamento de raios X, o mamógrafo, capaz de identificar lesões nos estágios iniciais. Embora seja bastante conhecida, a mamografia ainda gera dúvidas em muitas pessoas. Entre os mitos mais comuns, está a ideia de que não pode ser realizada durante o período menstrual e que mulheres com silicone não devem passar pelo rastreamento.
Com isso, o oncologista Gustavo Bretas respondeu questões que costumam intrigar pacientes, e podem levar ao atraso na realização do exame e do diagnóstico.
O médico oncologista explica que o exame pode causar desconforto ou dor, mas que a experiência varia entre as mulheres, e depende de diversos fatores, como o período menstrual. “Uma maneira de minimizar o incômodo é, ao conversar com seu médico, solicitar a indicação de um analgésico antes do exame”.
Além disso, ele explica também que a mamografia pode ser realizada em qualquer fase do ciclo menstrual, e que não há alteração do resultado por conta disso. “No entanto, para evitar desconforto ou dor causados pelo aumento da sensibilidade mamária, é recomendável evitar esse período. Se for possível, a sugestão é agendar na primeira semana após o término da menstruação, sempre considerando que isso pode variar em cada mulher”, completa.
Sobre o questionamento se mulheres com silicone podem fazer mamografia, ele reforça que “Mulheres com silicone não só podem, como devem fazer a mamografia. Pra isso existe uma manobra realizada durante o exame que consiste em empurrar a prótese para trás e o tecido mamário para a frente, permitindo melhor visualização e sem riscos de rompimento do implante”.
Aos lactantes, ele explica que não é proibido realizar o exame, mas que é bom evitar, uma vez que “O tecido mamário sofre muitas alterações nesse período, devido às mudanças fisiológicas, e a região pode ficar mais sensível. Se há possibilidade de fazer o rastreamento posteriormente, melhor. Entretanto, se a suspeita é de câncer durante a amamentação, a mamografia pode ser realizada”.
O médico conclui dizendo que homens também podem fazer mamografia, mas não com o objetivo de rastreamento, como as mulheres, e sim para identificar lesões suspeitas. “Apesar de raro, esse tipo de câncer também pode acometer este público. O procedimento é semelhante, mas ajustado à anatomia masculina. Os sinais de alerta para eles procurarem um mastologista são: nódulo ou massa palpável na mama; retração, inversão, secreção e sangramento do mamilo; alterações na pele, como vermelhidão ou espessamento; histórico familiar da doença ou mutações genéticas específicas em familiares”.
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