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MapBiomas: Petrópolis tem 82 hectares de área queimada no primeiro semestre

É a maior quantidade para os primeiros seis meses de um ano desde que o monitoramento começou a ser feito, em 2019

Foto: Arquivo
Foto: Arquivo

Rômulo Barroso - especial para o Diário

Petrópolis teve 82 hectares de área queimada no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Monitor do Fogo do MapBiomas. É a maior área devastada pelo fogo na cidade para os primeiros seis meses de um ano, desde o início do monitoramento feito mensalmente pela instituição, em 2019. Esse acompanhamento é feito a partir de imagens de satélites e processamento de dados com uso de inteligência artificial.

Os dados do MapBiomas apontam que quase 80% da destruição ocorreu principalmente em áreas agropecuárias (64 hectares), seguido por 15 hectares de áreas de formação natural não florestal e três hectares de áreas de florestas. As queimadas ocorreram em apenas dois meses: maio (22 hectares) e junho (60 hectares).

Esses números preocupam porque refletem o período anterior ao inverno, época mais propícia para eventos de fogo em vegetação. Os próprios dados do MapBiomas mostram esse cenário.

Antes de 2024, o ano com maior área queimada no primeiro semestre havia sido 2019, com 61 hectares queimados - somando com o segundo semestre, foram 537 hectares no total. Um ano depois, foram 721 hectares no total (maior área devastada em 12 meses), e apenas oito hectares incendiados de janeiro a junho. Em 2023, quando não houve registro de devastação nos primeiros seis meses, o ano terminou com 415 hectares destruídos.

Defesa Civil divulga cartilha para prevenção

Por causa dessa preocupação, a Defesa Civil do município, inclusive, divulgou uma cartilha de "Prevenção Contra Fogo em Vegetação" pelas redes sociais. O material lembra que "Todos os anos, no período de estiagem, o meio ambiente e várias comunidades que estão inseridas nesse contexto ficam vulneráveis com o aumento dos registros de fogo em vegetação" e aponta quatro principais causas: soltura de balões, queima de lixo, vandalismo e fogueiras. Como maiores impactos estão o agravamento das mudanças climáticas, danos à saúde, morte de animais, degradação da vegetação e do solo.

A cartilha traz orientações sobre medidas para evitar e auxiliar no controle de incêndios: capinas em volta de casas e não deixar a vegetação restante de forma propensa a pegar fogo; caso seja necessário fazer fogueira, certificar que ele foi totalmente apagada (usando água ou terra); manter fósforos e isqueiros fora do alcance de crianças; apagar bitucas de cigarro e descartar em lixeiras, nunca jogando pela janela em estradas; fazer aceiros preventivos e próximo de imóveis; manter o acesso livre a equipamentos que podem auxiliar no combate ao fogo; e nunca se aproximar do fogo caso não seja treinado para o combate a incêndios. Nesse último caso, caso o incêndio esteja ocorrendo, os Bombeiros devem ser acionados pelo telefone 193 e a recomendação para as pessoas é não entrar em pânico, se deslocar para local seguro, retirar animais domésticos (se possível) e pegar apenas documentos básicos.

País

Em todo país, a área atingida pelo fogo no primeiro semestre foi de 4,48 milhões de hectares, um aumento de 119% na comparação com o mesmo período do ano passado. A Amazônia é o bioma mais afetado (2,97 milhões de hectares), seguido pelo Cerrado (947 mil hectares). O Pantanal teve 468 mil hectares, maior área queimada que o bioma já registrou nos primeiros seis meses do ano. Entre os estados, Roraima teve a maior devastação na primeira metade do ano (dois milhões de hectares).

"No início de 2024, observamos uma concentração significativa de incêndios na Amazônia, especialmente nas áreas de vegetação campestre de Roraima. Este estado, diferentemente do restante do bioma, enfrenta um período de seca nos primeiros meses do ano. Esse fenômeno foi intensificado pelas condições climáticas mais secas resultantes do El Niño, criando um ambiente propício para o alastramento do fogo, com desafios adicionais de controle e mitigação", explicou o pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Felipe Martenexen, responsável pelo mapeamento da Amazônia no Monitor do Fogo.

Na Mata Atlântica, bioma onde Petrópolis está inserido, 73 mil hectares foram queimados entre janeiro e junho de 2024. Segundo o MapBiomas, 71% dessa devastação ficou concentrada em áreas agropecuárias.

Tabela

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