Para o pró-reitor da UCP, Leandro Rodrigues, a medida defende a qualidade dos cursos oferecidos ao longo do país
Mariana Machado - estagiária
Foi estabelecido pelo Ministério da Educação, nessa segunda-feira (19), um decreto que regulamenta a Nova Política de Educação a Distância (EaD), com o objetivo de garantir mais qualidade na oferta de EaD, e determinar que alguns cursos sejam oferecidos exclusivamente no formato presencial.
Os cursos de medicina, direito, enfermagem, odontologia e psicologia deverão ser ofertados exclusivamente no formato presencial. De acordo com o MEC, a decisão se deve à centralidade de atividades práticas, laboratórios presenciais e estágios.
Para o pró-reitor de Ensino e Extensão da UNIFASE, professor Abílio Aranha, as discussões sobre a reformulação da política de educação à distância eram muito necessárias. “A Educação Superior mudou rapidamente para atender às demandas do mercado, principalmente, durante o período de pandemia. Passado este período, era urgente regulamentar as modalidades ofertadas priorizando a qualidade do ensino oferecido no país”, disse.
“Os cursos da área da Saúde exigem formação intensa e vivência prática, sob supervisão constante dos professores. É na relação entre professor e aluno que são desenvolvidas competências e habilidades específicas para que os futuros profissionais estejam preparados para exercer suas funções no cuidado do ser humano. A vivência prática, como o trabalho no Hospital de Ensino Alcides Carneiro, Ambulatório Escola, e nas Unidades de Saúde da Família, consolida aquilo que consideramos primordial, que é a qualidade da formação de nossos alunos”, completa o pró-reitor.
O pró-reitor de graduação, pós-graduação e pesquisa da UCP, Leandro Rodrigues, ressaltou que estavam tendo muitos problemas em relação a cursos em formato EAD, pois não havia um marco regulatório. “Alguns conselhos profissionais, como a OAB, Conselho Federal de Medicina, de Psicologia, não recomendavam a oferta do curso na modalidade à distância”, afirma.
“A importância dessa exigência dos cursos serem presenciais se dá por dois motivos: para defender a qualidade dos cursos oferecidos ao longo do país e, também, para defender as práticas, tanto de Medicina, Odontologia, Direito, Enfermagem e Psicologia, para evitar que essas atividades tão importantes na formação desses futuros profissionais - passem a ser ofertadas de forma EAD. Com isso, o MEC busca garantir que os estudantes vivenciem essas atividades, que são indispensáveis a essa formação, de maneira presencial”, explica Leandro Rodrigues.
Os demais cursos da área de Saúde e as licenciaturas também não poderão ser ofertados a distância, e sim exclusivamente nos formatos presencial ou semipresencial. Estão previstos dois anos de transição para adaptação gradual dos cursos. Os estudantes já matriculados em cursos EaD poderão concluí-los no formato previsto a partir do ato da matrícula.
Para o ministro da Educação, atualmente a EaD ocupa uma posição central no sistema de educação superior no Brasil e merece uma atenção especial do poder público. “Acreditamos que a EaD pode proporcionar ao estudante uma experiência tão rica quanto a dos demais cursos, desde que haja um efetivo compromisso de todos com o processo de ensino e aprendizagem”, defende Camilo Santana.
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