Emanuelle Loli estagiária
Com o objetivo de educar e conscientizar a população brasileira para sobre os problemas da deficiência auditiva, foi criado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, comemorado neste domingo (10).
De acordo com uma pesquisa feita pelo IBGE em 2019, cerca de 10 milhões de brasileiros tem algum tipo de deficiência auditiva, sendo que 2,7 milhões não ouvem nada.
O Doutor Otorrinolaringologista Denis Rangel esclarece algumas questões em ralação a deficiências auditivas e as causas de algumas delas.
Ele explica que existem 4 graus de perda auditiva, sendo elas classificadas como leve, moderada, severa e profunda. Todas elas geram algum tipo de comprometimento na qualidade de vida do paciente. “É muito comum que as pessoas tenham dúvidas em relação a porcentagem da perda auditiva, quando na verdade a gente não classifica a perda auditiva em porcentagem”, explicou.
Existem 3 tipos de perda auditiva:
A perda auditiva condutiva: Quando algo está impedindo a condução do som. Por exemplo: Uma otite crônica que exista perfuração do tímpano ou alguma doença que comprometa os ossículos do ouvido.
As perdas auditivas neurossensoriais: Acontecem quando se tem o comprometimento da cóclea (órgão da audição) ou do nervo auditivo (responsável por levar as informações da cóclea ao cérebro). Por exemplo: idade, ruído ou doenças genéticas.
Perdas auditivas mistas: Quando se tem tanto o mecanismo de condução do som comprometido, quanto necessariamente a cóclea ou nervo auditivo comprometidos.
Denis explica que a perda da audição dá sinais, e é importante ficarmos atentos a elas com seus diferentes indícios em cada uma das etapas da vida. “Toda vez que temos dúvidas de uma perda auditiva, é importante passar no otorrinolaringologista, para ser avaliado, vermos o ouvido, e fazermos a audiometria”, ressaltou.
Bebês: Não reagir a sons fortes ou interagir quando são chamadas.
Crianças: Transtornos de aprendizado e de linguagem podem ser sinais de pouca audição.
Adultos: A sensação de ouvir, mas não compreender o que foi dito, especialmente em ambientes ruidosos, a necessidade de colocar o volume da televisão um pouco mais alto ou a dificuldade para falar ao telefone.
Idosos: Além das mesmas queixas dos adultos, também é preciso que se repare na questão do isolamento. Pacientes idosos que ficam muito isolados, fora do convívio social, pode ser um sinal de pouca audição.
“Em crianças menores o teste da orelhinha é importante para a triagem auditiva, para que seja feito o diagnóstico de possíveis doenças congênitas de forma precoce”, explicou. “Já em idosos, não é incomum que o paciente chegue até a gente com os familiares achando que ele está em processo de demência, mas na verdade só não está ouvindo”, ressalta.
A perda auditiva pode ocorrer desde o nascimento ou adquirida ao longo da vida por doenças ou hábitos recreacionais ou ocupacionais.
De acordo com Denis, no Brasil há dois principais fatores de deficiência auditiva na infância que são as questões genéticas e infecções que a mãe adquiriu durante a gestação. “1 em cada 1000 crianças vão nascer com uma surdez grave. Com isso, é muito importante que fiquemos atentos ao pré-natal, pois podem acontecer algumas infecções, como Herpes, Zica vírus ou Rubéola, que estão associados a perda auditiva congênita em crianças” explica.
Já em jovens, o ruído recreacional, ou seja, vindo de sons de ambientes fechados ou de sons de dispositivos eletrônicos, acaba sendo os principais fatores pela perda de audição. “. O problema nunca é utilizar o fone de ouvido. A grande questão é não ultrapassar os 60% de intensidade do dispositivo que estiver utilizando”, ressalta.
Em adultos, a principal causa da perda auditiva é em relação a idade e pelo ruído, muita das vezes sendo a causa, o trabalho. “Aqui na Região Serrana, acabamos vendo que as perdas auditivas por ruído em adultos são de pessoas que trabalham na indústria têxtil”, afirma.
Atualmente existem vários tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos, visando o bem estar do paciente e resultados cada vez mais eficazes. Vale ressaltar que cabe ao médico otorrinolaringologista diagnosticar e prescrever o tratamento mais assertivo de acordo com cada paciente.
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