Presidente da NovAmosanta, Carlos Eduardo Pereira, aponta principais causas e soluções para a melhoria do tráfego de veículos na cidade
Roberto Jones - especial para o Diário
Seja você morador de Petrópolis ou um turista que vem passear pela cidade aos fins de semana, com certeza já se deparou com os extensos engarrafamentos da cidade, sobretudo, de Itaipava. Considerado por muitos um dos principais problemas do município, a mobilidade urbana tem muitos desafios a serem enfrentados. Mas quais são os principais deles e o que pode ser feito para melhorar a fluidez do trânsito?
Para Carlos Eduardo Pereira, presidente da NovAmosanta, são várias as causas das dificuldades no tráfego de veículos em Petrópolis, mas algumas se sobressaem. "A falta de um sistema de transporte público eficiente estimula a população a buscar pelo transporte individual, aumentando a frota de veículos em circulação. Somado a isso, há os visitantes dos finais de semana que, quando chegam à cidade, se deparam com essa dificuldade de movimentação. Mas o principal fator é a falta de obras de infraestrutura que permitam a existência de corredores alternativos para o tráfego. Temos a União e Indústria como principal e única via praticamente de movimentação entre o primeiro distrito e os demais. Com isso, há uma sobrecarga muito grande. É um problema sistémico", pontua.
Impacto de vizinhança
Como se tudo isso não bastasse, o aumento populacional e a construção desordenada de empreendimentos habitacionais de grande porte impactam ainda mais o trânsito. "Uma via que antes recebia certo número de veículos, de repente tem essa frota dobrada pelos novos moradores e sem nenhum critério de melhoria do tráfego. Quanto mais moradores, mais trânsito. Para isso, é necessário a aprovação da implementação de um estudo de impacto de vizinhança", explica.
A NovAmosanta já encaminhou o pedido para a Câmara de Vereadores e aguarda aprovação. A iniciativa visa disciplinar a construção de grandes obras, exigindo contrapartidas para quem deseja empreender. "Isso vai ser bom tanto para a população, quanto para a construção civil. Até porque, ninguém vai querer fazer um empreendimento onde seus moradores não conseguirão se locomover. É necessário ter essa conversa, que será benéfica para todos", afirma.
Precariedade do transporte público
Outra importante mudança apontada por Carlos Eduardo é a melhoria do transporte público. "Temos um sistema que é até interessante, o dos terminais. Mas temos linhas como a 700, que liga o Centro a Itaipava, e a 711, que conecta Itaipava à Posse, extremamente extensas. Isso dificulta em horários de pico, pois é muito comum passarem ônibus lotados e os passageiros sequer conseguirem embarcar. Infelizmente, não temos um sistema ferroviário ou outro método de transporte e nosso serviço público é composto totalmente por ônibus. Então, que ofereçamos um bom serviço que ao menos justifique termos uma das tarifas mais caras do estado. Devemos melhorar a frequência, a qualidade e a climatização para que a população seja bem atendida", reforça.
Binário na União e Indústria
De imediato, uma das principais soluções implementadas pela NovAmosanta seria a recuperação e duplicação da Rua Agante Moço, em Itaipava. "Essas intervenções, acrescentadas de uma ponte entre o Fórum de Itaipava e o Horto Mercado, além de um binário que sairia em frente ao Shopping Tarrafas e a duplicação da União e Indústria até o Estação Locanda, aliviariam esse trecho".
A emenda para que essas obras aconteçam já está em andamento pelo deputado Hugo Leal. A instituição também já esteve com o governador Cláudio Castro, que se comprometeu a fazer essa ponte. "Outro adicional seria a criação de um boulevard entre o Parque de Itaipava e o Shopping Tarrafas, com árvores e melhoria da circulação dos pedestres, fazendo com que os turistas optem por andar a pé por Itaipava, explorando os pontos com calma e diminuindo o tráfego de veículos na região", acrescenta.
Ligação da BR-040
Carlos explica que os planos da NovAmosanta estão diretamente ligados à nova concessão da BR-040, que já tem um novo nome indicado. Com isso, algumas obras serão realizadas, sendo a principal a do diamante das imediações do Bramil, que conectará a BR-040, a União e Indústria e a BR-495. "Aquele trevo é onde estão concentrados os grandes engarrafamentos. Há quatro colégios em um trecho pequeno e, durante o período escolar, o trânsito fica sobrecarregado com os ônibus e os transportes individuais buscando os alunos. A ideia é também substituir parte da ponte do arranha-céu por esse diamante", esclarece.
Dentre as outras propostas da NovAmosanta estão a criação de ciclovias ao longo do Rio Piabanha, ligando o Terminal de Itaipava ao Parque de Itaipava, e ao longo do Rio Santo Antônio, conectando o terminal a Madame Machado. Outras intervenções são a criação de uma rotatória na altura da antiga Montreal e de outra no entroncamento que ocorre no Carangola. "Mais adiante, no Retiro, um estudo da COPPE recomenda que seja feito um trabalho de disciplina. E, por último, também seria necessário resolver a situação da ponte do arranha-céu e aumentar o quadro de agentes de trânsito da CPTrans orientando o tráfego em Itaipava", finaliza.
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