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sábado, 20 de julho de 2024


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Memes, impostos e censura

Pedro Peralta - bacharel em economia

Foto: Freepik
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Nas últimas semanas, muitas pessoas começaram a criar e compartilhar memes sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A população, revoltada com o grande aumento dos impostos no Brasil, apelidou o ministro de "Taxad". A definição formal da palavra roubo é subtração de bem alheio mediante ameaça. A definição de imposto é exatamente a mesma. Somos obrigados a pagar tributos sem nunca termos concordado formalmente, o que torna qualquer imposto antiético por violar a lei natural de propriedade. Literalmente, algo imposto aos indivíduos pela força, através do monopólio dos recursos de violência detido pelo Estado.

Muitos jornalistas militantes de esquerda alegam que há uma ação coordenada de criação e distribuição desses memes, insinuando que estão sendo financiados. Foi o caso de jornalistas da Globo News, que afirmaram que a onda de memes sobre Haddad é profissional e deve ser regulada, afirmando que fontes do governo informaram que há dinheiro investido. No entanto, os memes são um fenômeno orgânico. Muitas pessoas os acham engraçados e os compartilham, revoltadas com a quantidade absurda de impostos promovidos pelo ministro de Lula. Existem memes bem feitos, com edições mais trabalhadas, e outros mais simples, o que demonstra a diversidade de suas origens.

Após a aprovação da taxação de 92% em compras internacionais, a revolta se intensificou ainda mais. Além disso, houve a volta do DPVAT (agora chamado de SPVAT), o retorno de tributos na gasolina, o fim da isenção fiscal para compras internacionais abaixo de 50 dólares, os vários "jabutis" da nova reforma tributária que fará o Brasil ter o maior imposto sobre valor agregado do mundo, entre muitas outras taxas. Fora as ideias que Haddad já expressou para outros impostos, como sobre dividendos, fundos imobiliários e, pasmem, até sobre prejuízos na bolsa de valores, o que enterraria de vez o mercado de renda variável brasileiro.

Como foi afirmado, agentes do governo federal entraram em contato com os jornalistas para fornecer informações sobre a matéria. Fica parecendo até que sugeriram a matéria para a Globo, mas isso não há como provar. Mas independentemente, jornalistas governistas estão fechados com o governo Lula na luta pela regulação da internet, para censurar a voz do povo nas mídias independentes. Estamos vivendo a ficção criada por George Orwell no livro 1984. Já temos até um ministério da verdade como descrevia o livro, chamado pelo Estado de orgão anti-fake news.

Quando o governo detém o monopólio da regulação da internet, pode usar isso para silenciar opositores. Isso abre brechas perigossísimas para que notícias que incomodam os governantes sejam rotuladas como "fake news" e censuradas. Agora até memes estão querendo censurar, alegando que são uma campaha coordenada, mesmo sendo óbvio que é um movimento orgânico. Somente em países extremamente autoritários o Estado regula a internet. Devemos lutar para evitar que o Brasil continue seguindo por esse caminho.

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