Diário registrou lixeiras lotadas detritos na rua e em calçadas de cinco bairros nessa terça (19)
Rômulo Barroso - especial para o Diário
A falta de coleta de lixo foi generalizada na cidade nessa terça-feira (19/11). O Diário, que já havia mostrado o problema em Itaipava na edição de ontem, registrou o problema em pelo menos cinco bairros ao longo do dia: em Nogueira, na Castelânea, no Morin, na Estrada da Saudade e em Cascatinha. Nesses locais, a situação se repetia: lixeiras lotadas e montanhas de lixo espalhados sobre ruas e calçadas.
Esse é um problema que está ficando cada vez mais crônico. Há cerca de dois meses o Diário vem relatando frequentemente falta de coleta em diversos locais, muitas vezes de forma recorrente, mas nessa terça a situação chamou a atenção por acontecer em vários cantos da cidade.
Logo cedo, o Diário registrou lixo em um ponto onde o problema já é frequente: na Av. Leopoldina, em Nogueira. Também pela manhã, outro local com detritos espalhados era a região da Praça Pasteur, na Castelânea.
No início da tarde, a situação era a mesma na Rua Marciano Magalhães, no Morin, em um ponto onde a quantidade de resíduos já estava fora de uma baia de proteção, que serve para impedir que o lixo vá para o rio de corta a localidade, ou seja, já criava o risco de cair na água.
Algumas horas depois, foi a vez da situação ser identificada na Estrada da Saudade, na Rua Luiz Pelegrini, em uma praça que fica ao lado da escola Fábrica do Saber. Outros pontos do bairro também tinham lixo sobre calçada, ao lado de lixeiras abarrotadas. O mesmo se repetiu na Rua Bernardo Vasconcelos, em Cascatinha.
O Diário questionou a prefeitura mais uma vez sobre o motivo da falta de coleta de lixo nas localidades citadas e quando a situação seria resolvida, mas novamente não tivemos respostas.
Dívidas com empresas que prestam serviços de limpeza
No início do mês, o vereador Dr. Mauro Peralta (PMN) já havia alertado sobre o risco de um "caos sanitário" na cidade por causa da informação obtida por ele sobre dívidas de quase R$ 23 milhões com cinco empresas que prestam diferentes serviços de limpeza na cidade. Essas dívidas ameaçavam a operação do aterro de Pedro do Rio, coleta de entulho, desobstrução de bueiros, corte e poda de árvores, coleta seletiva, coleta e destinação final de lixo domiciliar, além de manutenção viária, também previsto em um dos contratos firmados pela Comdep.
Riscos para saúde da população
Esses problemas frequentes e cada vez mais graves trazem grande impacto e inúmeros riscos à saúde da população. A Biblioteca Virtual em Saúde, mantida pelo Ministério da Saúde, relata 15 doenças relacionadas ao lixo, provocadas por diferentes transmissores e formas de transmissão.
Moscas podem provocar, pelas patas, asas, corpo e fezes, doenças salmonelose, verminoses, disenteria e febre tifóide. Baratas, pelas mesmas formas de transmissão, podem causar febre tifóide, verminoses, difteria e doenças gastrointestinais. Picada de mosquitos podem causar malária, dengue, febre amarela, leishmaniose e filariose. Fezes, urina e saliva de ratos trazem risco de leptospirose, hantavirose e peste bubônica. Já carne contaminada, crua ou mal cozida de porcos podem causar teníase.
Além dos impactos diretos, há outros relacionados: animais podem espalhar o lixo; a queima de resíduos polui o ar, aumentando problemas respiratórios; detritos pode cair em rios e encostas, ampliando o perigo em dias de chuva, atrapalhando o escoamento da água e contribuindo para deslizamentos de terra; mau cheiro; contaminação de solo e recursos hídricos.
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