Mauro Peralta é médico e está vereador
É com grande satisfação que recebemos a notícia de que o Ministério Público atendeu ao nosso pedido, com o apoio dos ambientalistas, incluindo o meu amigo Dr. Rogerio Guimaraes, para intervir no absurdo projeto da Prefeitura de Petrópolis. Este projeto, que propunha gastar mais de 11 milhões de reais na construção de um pavilhão antiambiental no Parque Natural Municipal Padre Quinha, situado na tradicional Rua Ipiranga, foi levado à atenção do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pela primeira promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis.
O Ministério Público notificou a Prefeitura de Petrópolis para que apresente o plano de manejo do parque, juntamente com a metodologia proposta para sua execução. Além disso, foi instaurado um inquérito civil para investigar a viabilidade e os impactos ambientais da construção do edifício de cimento e vidro, que, de acordo com nossas denúncias, representaria um sério crime ambiental e acarretaria a morte de muitos pássaros, tudo isso a um custo exorbitante que seria pago com o dinheiro arrancado dos petropolitanos através de impostos.
Agora, aguardamos com grande expectativa a resposta da Prefeitura de Petrópolis, a fim de que possamos encaminhá-la ao grupo técnico de apoio (GATE/MPRJ) para uma análise minuciosa das denúncias apresentadas por mim e pelos ambientalistas locais. Esta intervenção é ainda mais crucial considerando as dificuldades enfrentadas pela cidade, incluindo a alarmante perda mensal de 24 milhões de reais em arrecadação e os sérios problemas de tráfego que a construção proposta agravaria, comprometendo ainda mais a mobilidade urbana já prejudicada.
Tudo isso ocorre em uma cidade que tem sido palco de desastres naturais, os quais, desde 2022, já ceifaram quase 300 vidas e deixaram muitos petropolitanos desabrigados. É importante ressaltar que, até o momento, o prefeito não tomou a iniciativa de construir sequer uma casa popular para amparar aqueles que ficaram desabrigados em decorrência das chuvas. É inaceitável que o dinheiro que pagamos em impostos seja mal administrado de tal forma, resultando na falta do básico e sendo gasto de maneira displicente.
É com esperança que celebramos a atuação da justiça nesse caso. Afinal, a função primordial do vereador é fiscalizar o poder executivo e denunciar à população e à justiça o que julgar necessário ser mudado. Esta primeira vitória representa a interrupção imediata de um gasto injustificável em um momento tão delicado como o que vivemos. No entanto, espero sinceramente que não seja uma vitória efêmera, como a do general Pirro, que ganhou uma batalha, mas perdeu a guerra.
Já estamos tomando providências para fornecer ao Ministério Público informações sobre o aumento exorbitante de quase 200% no preço do transporte de resíduos sólidos, que subiu de R$59,03 para R$172,45. É inaceitável que, no último ano do meu mandato como vereador, ainda não tenha conseguido votar as contas dos ex-prefeitos Rubens Bomtempo, Bernardo Rossi e Hingo Hammes, que já tento colocar em votação há mais de dois anos. Estamos oficializando a comissão de finanças da casa e o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro para esclarecer se houve alguma mudança, e continuaremos a lutar para que essas contas sejam avaliadas em votação, garantindo o amplo direito de defesa.
Político é empregado do povo. A população, que paga impostos e, consequentemente, os salários do prefeito e dos vereadores, tem o direito de ser informada sobre o que está acontecendo. Nós, vereadores, temos o dever de informar e denunciar, enquanto as entidades civis, como a OAB, Clubes de Serviço e outras organizações, têm o dever de cobrar e participar ativamente desse processo.
Parabenizo o Observatório Civil de Petrópolis, que, apesar de ser uma entidade recente, está se empenhando fortemente em exigir respostas dos políticos e destacar as necessidades de nossa cidade, que tem sido negligenciada pela prefeitura. É essencial que todos participem ativamente desse processo de transformação. Afinal, somos nós, os residentes desta cidade, que sustentamos toda essa estrutura e, portanto, devemos nos engajar para sermos agentes de mudança cada vez mais eficazes. Juntos, podemos fazer a diferença e trabalhar para construir uma Petrópolis melhor para todos.
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