Pe. Anderson Alves
A necessidade da esperança para a salvação é fundamental. Os atos de esperança são exigidos para todos os que têm uso da razão. É crucial distinguir entre a esperança teologal e as esperanças humanas. Enquanto as esperanças humanas são legítimas, a esperança teologal as purifica e as ordena ao Reino dos Céus, protegendo contra o desânimo e dilatando o coração na expectativa da bem-aventurança eterna (CEC 1818).
O Papa Francisco oferece diversas perspectivas sobre a esperança em sua bula Spes non confundit. Ele afirma que a esperança nasce do amor e se funda no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz: “Se de facto, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida” (Rm 5, 10). E a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo.
Na verdade, é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança, mantendo-a acesa para dar apoio e vigor à nossa vida. Com efeito a esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino: “Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?” (Rm 8, 35). Por isso mesmo esta esperança não cede nas dificuldades: funda-se na fé e é alimentada pela caridade, permitindo assim avançar na vida. Francisco reconhece que todos esperam, desejando o bem apesar da imprevisibilidade do futuro, e que o Jubileu deve ser uma ocasião para reanimar essa esperança com a ajuda da Palavra de Deus.
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