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No ano passado, 103 casos de estupro de vulnerável foram registrados

Polícia civil prendeu homem de 74 anos por violência sexual contra a neta em Itaipava

No ano passado, 103 casos de estupro de vulnerável foram registrados
Foto: Pixabay


Daniel Xavier – estagiário

Nessa segunda-feira (11/03), policiais civis da 106ª Delegacia de Polícia, em Itaipava, prenderam um homem de 74 anos acusado de ter cometido violência sexual contra a neta. Os agentes, comandados pelo delegado titular Victor Maranhão, encontraram o homem no distrito da Posse, após o uso de técnicas de monitoramento. O autor foi denunciado pela filha dele, mãe da menor. Segundo dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, foram 103 casos de estupro contra menores de idade atendidos nas unidades de saúde em Petrópolis no ano passado. Em 2024, já são 14 ocorrências atendidas.

No ano de 2022, foram 98 casos no município. Apesar da pouca diferença na comparação com 2023, os números são alarmantes. Para se ter uma ideia, em 2021, foram 57 ocorrências de estupro de vulneráveis atendidas na cidade. Em 2020, foram 45. Os dados são também do Sinan.

A psicóloga clínica e educacional, Lidiane Silva, pontua que esse tipo de violência traz à tona sentimentos que prejudicam o bem-estar do menor de idade, e que têm consequências para toda a vida.

“O sofrimento causado pelo abuso sexual é intenso, persistente e com sequelas ao longo da vida. Ele desperta a melancolia, chamada de ‘tristeza da alma’, se manifestando por meio de hematomas na pele e sensação de angústia. Além de romper com percepções inconscientes da inocência e da proteção. Exacerbando assim a sensação de medo, insegurança e vulnerabilidade. Esses impactos podem influenciar negativamente nos relacionamentos interpessoais, relacionamentos amorosos, e em algumas áreas de trabalho”, explica ela.

Conscientização dos canais de denúncia

O Disque 100 é um serviço de disseminação de informações sobre direitos de grupos vulneráveis e de denúncias de violações de direitos humanos. O serviço pode ser considerado como um “pronto socorro” dos direitos humanos e atende graves situações de violência que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes e possibilitando o flagrante.

O canal é a principal ferramenta de denúncia em casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Porém, a existência do disque denúncia ainda é pouco disseminada e desconhecida pela população geral.

Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ) mostra que durante o ano de 2021, 66 ocorrências de estupro de vulnerável foram recebidas pelas delegacias de polícia da cidade. Outras 78 no ano seguinte, 2022. Com relação aos dados de 2023, os mesmos não estão disponíveis para consulta.

Ou seja, muitos foram reportados tempos depois de consumados. E, no caso de outras vítimas, acabaram não recorrendo às autoridades.

“Acreditamos que para combater qualquer problema, é necessário conhecê-lo. Por isso, a ideia é realizar atividades de mobilização da sociedade com foco na prevenção. No convívio com as comunidades da cidade, e no trabalho diário com os jovens na instituição, verificamos que há uma grande necessidade de discutir os direitos da criança e do adolescente mais profundamente. O que causa obstáculos intransponíveis no combate à violência”, afirma a coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis (CDDH), Carla de Carvalho.


Novos conselheiros tutelares eleitos

Em outubro do ano passado, 15 novos conselheiros tutelares foram eleitos em Petrópolis. Eles cumprirão o mandato de quatro anos (2024-2028) e serão responsáveis por garantir os direitos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, tendo como base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Outros 32 suplentes também foram escolhidos e empossados em janeiro deste ano. Em 2023, a cidade ainda ganhou um terceiro Conselho Tutelar.

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