Ligações falsas prejudicam os serviços, atrasando o atendimento de quem está em situação de emergência
Larissa Martins especial para o Diário
Passar trote pode parecer inofensivo e divertido à primeira vista, mas ao realizar a brincadeira para os serviços de emergência como, por exemplo, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o autor atrapalha às ocorrências reais, atrasando ou impossibilitando o atendimento de quem está em situação de emergência. Lidar com a falsa comunicação de demandas tem sido um desafio para as equipes em todo o estado.
No ano passado, o Samu-RJ recebeu 673 mil ligações e quase 40 mil deste total foram identificadas como trotes. De janeiro a março deste ano, foram registradas 10.693 ligações falsas. O perfil dos trotes passa por palavras obscenas, ocorrências com crianças, além de falsos pedidos de socorro. Os treinamentos ajudam na identificação da falsa ligação, evitando o acionamento das equipes nas ruas.
Redução na cidade
Em Petrópolis, ao longo dos últimos anos, a prática caiu. Isso só foi possível após a retirada dos telefones públicos das ruas, que impossibilitavam a identificação do autor. Segundo a prefeitura, hoje o número é pequeno, girando em torno de 1% a 2% do número de ligações recebidas pela unidade.
Quando empenhamos recursos em um evento que não existe, ou seja, é um trote, o cidadão que realmente necessita pode ficar sem atendimento ou ter o seu socorro em um tempo maior do que deveria ser. Em casos graves pode levar à morte, pois o menor tempo de resposta no atendimento é fundamental, disse o coordenador geral do SAMU-RJ, Luciano Sarmento.
Quase 200 mil atendimentos em 2023
No ano passado, o SAMU-RJ registrou mais de 194 mil atendimentos. Todas as ocorrências são reguladas por 11 médicos que ficam 24 horas disponíveis na central de regulação. Atualmente, o SAMU-RJ tem uma frota de 70 ambulâncias e 30 motolâncias. Somente nos três primeiros meses do ano foram registrados mais de 50 mil atendimentos.
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