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Nos últimos anos, Petrópolis registrou mais de 280 casos de tuberculose

Ministério da Saúde distribui 273 mil medicamentos essenciais para o tratamento da doença

Foto: Freepik
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Larissa Martins

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), Petrópolis registrou 282 diagnósticos de tuberculose nos últimos dois anos. Em 2023 houve 145 notificações e em 2024 foram 137, assim a diferença entre ambos é de oito casos. Destes, foram 124 casos novos e oito retratamentos.

Segundo o Ministério da Saúde, a tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Ela afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar), embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.

Ainda de acordo com o Sinan, 95 pacientes do ano passado, em Petrópolis, desenvolveram a forma pulmonar da doença. Essa é a mais frequente e a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da bactéria. Outros 34 tiveram órgãos diferentes atingidos, exceto o pulmão. Já em oito casos, foram confirmadas as formas pulmonar e extrapulmonar.

Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública. No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais. No Brasil são notificados aproximadamente 80 mil casos novos e ocorrem cerca de 5,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.

Faixa etária

Os mais acometidos pela enfermidade no município são pessoas entre 35 a 64 anos, com 73 casos no ano passado. Em seguida estão vítimas entre 15 e 34 anos (47), pacientes com mais de 65 anos (14) e, por fim, de 0 a 14 anos (3).

Medicamentos

No final de dezembro, o Ministério da Saúde começou a distribuir 7,8 milhões de unidades do medicamento rifampicina 4 em 1 para todos os estados brasileiros. A medicação, considerada de primeira linha no tratamento da doença, é essencial para garantir a recuperação dos pacientes e o controle dessa grave condição de saúde pública. O medicamento também é utilizado para o tratamento e profilaxia de doenças como hanseníase, meningite, brucelose e hidradenite. O estado do Rio de Janeiro vai receber 273 mil unidades.

A remessa da combinação de medicamentos vai atender à demanda nacional até o primeiro trimestre de 2025, garantindo o abastecimento da Rede de Saúde e a continuidade dos tratamentos em todo o Brasil.

A rifampicina 4 em 1 combina quatro medicamentos em um único comprimido (rifampicina 150mg + isoniazida 75mg + pirazinamida 400mg + etambutol 275mg comprimido), facilitando o tratamento e melhorando a adesão dos pacientes. Com um plano terapêutico simplificado, torna-se mais simples para quem sofre da doença seguir o tratamento de maneira adequada, potencializando as possibilidades de recuperação e evitando a resistência aos medicamentos.

Tratamento

O SUS garante o tratamento da tuberculose gratuitamente. São utilizados quatro medicamentos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. O tratamento da doença dura no mínimo seis meses, e está disponível.

De acordo com a Prefeitura, em Petrópolis o Programa de Tuberculose funciona no prédio anexo ao Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE), e está vinculado à Vigilância Epidemiológica. No local, a pessoa recebe atendimento médico de uma equipe multidisciplinar, que inclui médicos, nutricionistas, assistentes sociais, enfermeiros e farmacêuticos.
Ao procurar o programa, a pessoa é atendida pelo médico, que irá solicitar os exames necessários para o diagnóstico. Caso a tuberculose seja confirmada, o paciente já começa a receber a medicação adequada diretamente no programa. A equipe de farmacêuticos também faz o acompanhamento, garantindo que o tratamento seja seguido corretamente. O tratamento contra a tuberculose tem duração de aproximadamente seis meses, com monitoramento contínuo para o bem-estar do paciente.
Além disso, a vacina BCG, indicada principalmente para recém-nascidos e crianças, tem como objetivo prevenir as formas graves de tuberculose, como a tuberculose meníngea. Em 2024, o município alcançou 114,54% de cobertura na aplicação da vacina.

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