Bruna Nazareth - especial para o Diário
Embora seja frequentemente associado a algo negativo, o colesterol desempenha funções vitais em nosso organismo. Ele é fundamental para a estrutura das células, a produção de hormônios e vitaminas, além de participar da formação de ácidos biliares essenciais para a digestão. Apesar de seu papel crucial, a hipercolesterolemia (colesterol elevado) representa um grande risco, especialmente para doenças cardiovasculares, que são uma das principais causas de mortalidade no Brasil.
É importante ressaltar que o colesterol elevado não apresenta sintomas perceptíveis, sendo detectável apenas por meio de exames de sangue. Nesse contexto, é fundamental a consulta a um profissional capacitado para a avaliação, como destaca a nutricionista Maria Clara Pinheiro.
O melhor método para diagnóstico de elevação do colesterol é o exame de sangue. Então dosar os níveis de colesterol, tanto total quanto o colesterol que a gente chama popularmente de ruim, o LDL, quanto o colesterol bom, devem ser medidos no exame de sangue, para que se tenha um valor real e a partir daí traçar as estratégias para a melhor conduta a partir dos resultados obtidos, afirma.
Com um diagnóstico precoce e o tratamento dos fatores de risco e complicações, tem sido possível reduzir significativamente a carga da mortalidade por problemas cardiovasculares.
O médico sempre vai considerar a proporção das frações de colesterol no sangue da pessoa, então o colesterol total sozinho, ele é um preditor se tiver muito alto de risco cardiovascular, mas o ideal é que a gente avalie as frações dele. Então se ele tem um colesterol ruim, alto, mas em compensação ele também tem um colesterol bom e alto, o risco cardiovascular dessa pessoa é menor do que uma pessoa que tem o colesterol ruim alto e o colesterol bom baixo, por isso que é importante a gente sempre verificar todas as frações de colesterol para entender como está essa proporção e avaliar o risco do paciente, destaca a especialista.
Fatores de risco
É importante observar os principais fatores de risco que essas gorduras podem causar ao corpo e à vida de uma pessoa, incluindo histórico familiar, alimentação inadequada e, além disso, a idade pode contribuir para o desenvolvimento de altos níveis de colesterol.
Os fatores de risco que mais influenciam na elevação do colesterol é o histórico familiar, então pessoas que têm parentes próximos, mãe e pai, com colesterol alto, tem uma tendência maior a ter colesterol alto, o que a gente chama de hipercolesterolemia familiar. Outro fator, que aumenta muito os níveis de colesterol, é a dieta. Então consumir alimentos ricos em colesterol, gordura saturada e excessos de carboidratos, fazem com que o nosso colesterol ruim fique elevado. A idade pode ser um fator de risco, pensando que pessoas mais velhas tendem a ter uma elevação dos seus níveis de colesterol. Mulheres na menopausa também podem ter, por uma mudança hormonal, uma tendência maior de colesterol elevado, mas os dois principais fatores realmente são o genético e a alimentação, esclarece Pinheiro.
A especialista destaca que um dos principais efeitos a longo prazo do colesterol elevado no sangue é a obstrução das artérias e vasos. Essa obstrução pode aumentar o risco de eventos graves, como infarto, derrame ou AVC, devido à diminuição do fluxo sanguíneo adequado para o cérebro ou coração, resultante da obstrução das artérias que irrigam esses órgãos causada pelo acúmulo de colesterol.
Estratégias específicas e mudança de estilo de vida podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol
Parar de fumar, praticar exercícios físicos e adotar uma dieta adequada são mudanças no estilo de vida que podem ter um impacto significativo na saúde geral e, especialmente, na prevenção de doenças cardiovasculares.
Segundo a nutricionista, há várias estratégias alimentares que podem ser implementadas para ajudar a reduzir os níveis elevados de colesterol, especialmente se o aumento estiver relacionado a hábitos alimentares inadequados.
A primeira coisa que a pessoa deve evitar é o excesso de gorduras, como carnes muito gordurosas, pele de frango, laticínios integrais, alimentos processados como biscoito e sorvete que são riquíssimos em gordura hidrogenada. A pessoa deve procurar incluir na sua alimentação, para minimizar absorção de colesterol, muita fibra. Então consumir vegetais, principalmente folhosos, frutas e legumes ajuda muito com que a pessoa tenha redução dos níveis de colesterol
Ela também recomenda que pessoas nessas condições optem por carnes brancas e magras, evitem o consumo excessivo de carboidratos, como misturar farofa, arroz e batata na mesma refeição, e considerem incluir farelo de aveia em sua rotina, pois a aveia é conhecida por seus benefícios na redução do colesterol.
A dieta, a organização da alimentação, deve ser logo a primeira mudança, para que se veja se é um erro de perfil alimentar e se a pessoa consegue ficar com os níveis de colesterol adequados a partir de uma mudança do estilo de vida. Então praticar atividade física e ter uma alimentação saudável, são dois parâmetros importantíssimos. Tendo isso sido feito e os níveis de colesterol não baixaram, é necessário a intervenção medicamentosa. Isso o médico que vai avaliar, qual o melhor medicamento que vai ser utilizada para aquela pessoa, para que os níveis de colesterol se normalizem, frisa.
Manter os níveis de colesterol sob controle é crucial, pois as doenças cardiovasculares, , decorrentes do colesterol alto, são responsáveis por cerca de 30% de todas as mortes no país, totalizando 400 mil óbitos por ano. Com 40% da população adulta e aproximadamente 20% das crianças e adolescentes afetados pelo colesterol elevado no Brasil, é fundamental buscar orientação profissional para evitar complicações graves.
Estar com colesterol alto é grave, ter hipercolesterolemia, ter colesterol elevado, precisa de atenção. Muitas pessoas ficam convivendo com isso durante anos, sem entender que o risco de ficar muitos anos com o colesterol elevado faz com que você tenha vasos do seu corpo sendo entupidos e com isso você tenha uma circulação de sangue prejudicada, podendo infartar. Então é muito importante que quando se verifica que o colesterol da pessoa, proporção do colesterol ou colesterol total, não está adequado haja um manejo tanto diatético, quanto medicamentoso, para que esse paciente não fique com colesterol alto por muito tempo, conclui.
*Com informações do Ministério da Saúde e Biblioteca Virtual em Saúde
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