Como incentivar o hábito da leitura entre os jovens
Emanuelle Loli - estagiária
Em um mundo cada vez mais digital, incentivar o hábito da leitura entre os jovens tornou-se um desafio, mas também uma necessidade. A escritora Roseni Feliciano Kurányi acredita que o interesse pelos livros ainda existe, mas precisa ser cultivado com estratégias eficazes. Em entrevista ao Diário, ela fala sobre o impacto da tecnologia, o papel da escola e da família na formação de leitores e sugere caminhos para tornar a leitura uma experiência envolvente e prazerosa.
Roseni Kurányi é escritora, palestrante, mãe, avó, rotariana e a mais nova integrante da Academia Petropolitana de Letras. Neste ano, ela completa 20 anos de carreira literária, com mais de 30 obras publicadas que transitam entre a literatura infantil, infantojuvenil e adulta. Em sua trajetória, Roseni também desenvolveu um trabalho dedicado ao incentivo à leitura e à escrita para alunos do jardim de infância até a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Para ela, o interesse pela leitura ainda existe, mas enfrenta desafios na era digital. Contudo, quando crianças e adolescentes têm acesso a livros envolventes e adequados aos seus interesses, a conexão com a leitura ocorre naturalmente. “O segredo está em oferecer narrativas que despertem a curiosidade e façam sentido dentro do universo deles”, comentou.
Além dos impactos negativos que a tecnologia pode trazer, Roseni também ressalta que essas novas ferramentas podem ser aliadas na promoção do hábito de ler, como os audiolivros, e-books e plataformas interativas.
De acordo com Douglas, vendedor líder da livraria Nobel de Petrópolis, o número de leitores tem diminuído nos últimos anos. Porém, a busca por livros impulsionados pelas redes sociais tem crescido, refletindo como a tecnologia pode despertar o interesse pela leitura. “Há uma procura maior dos jovens por literatura clássica e também por temáticas mais voltadas para questões da atualidade. O público mudou e, consequentemente, seus interesses também”, afirmou.
Além do impacto da era digital, a escritora aponta outros fatores que podem dificultar o hábito da leitura entre os jovens. Entre eles, destaca-se a forma como a leitura é apresentada, muitas vezes vista como uma obrigação e não como um prazer. Outro fator é a falta de exemplo dentro de casa, onde crianças crescem em um ambiente em que os pais também não leem. Além disso, Roseni ressalta a necessidade de políticas públicas eficazes para ampliar o acesso a livros de qualidade.
O papel da escola
As escolas têm um papel essencial no despertar do interesse dos alunos pela leitura. No entanto, muitos estudantes acabam sentindo o contrário quando a leitura é imposta de maneira obrigatória. Por isso, é necessário investir em estratégias que atraiam os leitores da nova geração.
“As escolas desempenham um papel fundamental na formação de leitores, ajudando a despertar o prazer pela leitura desde cedo. Para isso, é essencial investir em bibliotecas acolhedoras e acessíveis, projetos de contação de histórias, clubes do livro e na valorização de autores contemporâneos que dialoguem com a realidade dos alunos. Quando a leitura é apresentada como uma experiência envolvente e prazerosa, os estudantes tendem a levar esse hábito para a vida”, explicou a escritora.
Incentivo à leitura
Para que os jovens se sintam motivados a ler mais e se interessarem pelo universo dos livros e das novas histórias, Roseni enfatiza que pais e escolas precisam mostrar que ler é prazeroso e não uma obrigação.
Segundo ela, algumas estratégias eficazes incluem:
“Quando um livro toca o coração de uma criança, ele abre portas para um mundo inteiro de descobertas”, concluiu Roseni.
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