“O trabalho do voluntário é a chave de start para você conseguir realizar sonhos na vida de muitas pessoas”, disse a ativista social do Instituto Ampla Visão
Mariana Machado estagiária
Trabalho voluntário é aquele realizado em prol de outras pessoas ou causas, sem a expectativa de compensação financeira. Essa prática é impulsionada pelo desejo de contribuir para o bem-estar coletivo e promover mudanças positivas na sociedade.
Em Petrópolis, diversos projetos sociais oferecem suporte a diferentes grupos, como mulheres, gestantes e puérperas, pessoas com deficiência, indivíduos em situação de rua e animais abandonados ou vítimas de maus-tratos.
Projetos sociais em Petrópolis
Projeto Aloha: Movimento solidário criado em 2021, que atua em diversas frentes na cidade, tendo como um de seus principais focos o combate à insegurança alimentar.
Instituto Ampla Visão: ONG que atua em comunidades em situação de vulnerabilidade social, oferecendo atividades como ballet, costura e leitura.
Para Solimar Fidelis, ativista social do Instituto Ampla Visão, “o trabalho voluntário é a peça final do quebra-cabeça para construir uma grande obra. O voluntário é essencial em tudo que fazemos, pois, ao se doar e se envolver, transforma a vida de muitas pessoas”.
Ela destaca ainda a necessidade de voluntários para diversas atividades, como aulas de educação física e ballet, além da separação de doações. "Ser voluntário é a essência do amor e da valorização do ser humano. É a chave para realizar sonhos na vida de muitas pessoas", afirma.
Rodrigo Coelho: Projeto que promove, anualmente, a entrega de presentes de Natal, com Rodrigo vestido de Papai Noel. “Na minha infância, quase não tive brinquedos e sei a importância que um simples presente pode ter para uma criança. O Natal não é apenas sobre brinquedos, mas compreendo o imenso valor que isso tem para elas”, conta ele, que realiza a ação desde 2008.
ONG Reage Mãe: Criada em 2018 por Daniela Freitas, doula e ativista, a ONG acolhe, escuta e oferece educação perinatal, suporte físico, emocional e educativo para gestantes e puérperas com bebês de até três anos de idade em situação de vulnerabilidade social.
Projeto Hip Hop Petrópolis: Fundado por Bruno Gonçalves em 1999, passou a se chamar Projeto do Morro em 2009 para ampliar suas atividades, incluindo esportes, cultura, lazer e cursos profissionalizantes.
Oficina de Jesus Padre Quinha: Instituição que acolhe pessoas em situação de dependência química ou alcoólica, oferecendo abrigo temporário por até 180 dias para reinserção social.
Jorge Luis Carvalho, de 37 anos, assistente administrativo e operacional da instituição, é também um dos beneficiados pelo projeto. “Cheguei aqui após mais de 20 anos de alcoolismo. Comecei a beber aos 12 anos e, por conta disso, perdi minha esposa, o contato com meus filhos e meu casamento. Tentei parar de todas as formas, sem sucesso, até que encontrei a Oficina de Jesus Padre Quinha, onde tive minha vida recuperada. Hoje, após dois anos e meio de sobriedade, trabalho aqui porque sei que essa obra realmente resgata vidas”.
Dog’s Heaven: Entidade filantrópica sem fins lucrativos que cuida de cães resgatados de abandono e maus-tratos. A instituição enfrenta dificuldades devido à superlotação. “Eventualmente, novos animais chegam, mas tentamos ao máximo evitar, pois o fundador, Sr. Guilherme, já está idoso e contamos com pouca ajuda financeira e operacional. Atualmente, abrigamos 300 cães”, informa a entidade.
ONG Irmão Animal: Trabalha com animais em lares temporários de voluntários, oferecendo assistência como consultas veterinárias, vermífugos e antipulgas. “Recentemente, resgatamos um gato que estava preso em um bueiro e três filhotes. Fornecemos o necessário para que possam se recuperar e encontrar um novo lar”, explica a organização.
Outras iniciativas com o mesmo propósito incluem o Grupo Somos Todos Protetores, o Grupo de Assistência e Proteção aos Animais e ao Meio Ambiente (GAPA-MA) e a Amigo Vira-Lata.
A importância do apoio da sociedade
Solimar Fidelis enfatiza a necessidade de políticas públicas que incentivem o voluntariado. “Muitos voluntários também precisam de apoio. Poderiam existir programas que oferecessem auxílio, como um cartão de transporte, pois há pessoas dispostas a ajudar, mas que não têm condições de arcar com as passagens para chegar ao local de atuação”.
Ela reforça ainda a necessidade de uma mudança de mentalidade na sociedade. “Muitas vezes, roupas e alimentos são descartados sem necessidade. Há pessoas que precisam disso. Nossa cidade é rica e tem potencial para acolher com mais amor aqueles que mais precisam”, conclui a ativista.
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