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Oito em cada dez brasileiros se sentem atrás na carreira

Foto: Freepik
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Bruna Nazareth

Em um mundo onde as mudanças acontecem diariamente, manter-se constantemente atualizado, especialmente no campo profissional, é um grande desafio. Nos últimos anos, a concorrência no mercado de trabalho nunca esteve tão acirrada, e a sensação de estar desatualizado tem afetado a maioria dos profissionais brasileiros.

Segundo dados da DataCamp , plataforma de cursos de dados e de inteligência artificial, oito em cada dez brasileiros sentem que estão ficando para trás na carreira. A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRH-RJ), Renata Filardi, esclarece os principais fatores que têm levado tantos profissionais a terem essa percepção.

“Os profissionais sentem que estão ficando para trás devido a velocidade da transformação tecnológica, as altas exigências do mercado, a sobrecarga de informação e a pressão por acompanhar as tendências. Porém a instabilidade econômica e a falta de reconhecimento profissional levam o profissional a questionar suas habilidades e competências”

Essa sensação de desatualização pode tanto servir como um impulso para continuar estudando quanto abalar a confiança, afetando a produtividade e levando a estagnação na carreira. Logo, é fundamental equilibrar o desejo de evolução com a necessidade de preservar a saúde mental.

“É importante a busca por atualização desde que tenhamos equilíbrio e clareza de propósito. Se conhecer e entender nossos próprios limites nos ajuda a definir metas realistas, respeitar o próprio ritmo e incluir momentos de lazer e descanso. Evoluir profissionalmente não significa estar a todo momento em  movimento, ou ser promovido, mas sim fazer escolhas conscientes evitando o desgaste emocional”, acrescenta a especialista.

Como se atualizam?

Para evitar a sensação de estar ficando para trás - ou realmente perder espaço para concorrência - os profissionais estão buscando atualização constante. São diversas formas de aprendizado, desde métodos tradicionais até os mais inovadores, que ajudam a acompanhar as novidades do mercado. Segundo a pesquisa, o formato mais utilizado para atualização profissional são os cursos curtos, escolhidos por 61% dos participantes. Já o consumo de conteúdos educativos na internet, como vídeos do Youtube e Ted Talks, atinge 60%. A leitura de artigos e publicações acadêmicas é adotada por 48,6%, enquanto 40,4% optam por livros.

Independente da plataforma escolhida, é essencial que o profissional priorize a aplicação estratégica do conhecimento adquirido, ao invés de simplesmente acumular novos cursos, artigos ou vídeos.

“É necessário se conhecer para entender quais são seus pontos fortes e a desenvolver, quais as competências técnicas e/ou comportamentais necessárias para atingir os objetivos. Não é possível fazer tudo ao mesmo tempo, é necessário definir metas e principalmente pedir suporte em assuntos que não domine. E caso o profissional comece a perceber que não está conseguindo equilibrar “todos os pratos” podendo gerar ansiedade e angústia é hora de pausar, e rever seus objetivos”

Além disso, de nada adianta buscar atualização sem aplicar o conhecimento na prática, pois essa experiência sempre terá valor, mesmo que muitos profissionais sintam que ela não é valorizada.

“Ter diversas certificações e cursos são importantes para novos aprendizados, mas não significa ser um profissional de alto desempenho. A melhor forma de demonstrar qualificação é por meio de resultados concretos, projetos entregues, metas alcançadas, boa avaliação de desempenho, depoimento de clientes ou colegas contam muito”, frisa.

O papel das empresas

A qualificação contínua é necessária em muitas empresas, mas nem sempre há suporte para isso. Sendo assim, é fundamental que as organizações e profissionais estejam alinhados. Embora possa parecer mais conveniente contratar profissionais já preparados e adaptados, cada empresa tem suas particularidades, tornando o investimento em treinamentos indispensável.

“Ter um profissional menos experiente porém com alto potencial de aprendizagem e desenvolvimento a médio e longo prazo pode ser um diferencial. É papel das organizações integrar o novo colaborador na cultura organizacional, oferecer oportunidades de aprendizado, incentivar o desenvolvimento contínuo e criar uma cultura de colaboração, o que nem sempre significa gastar mais dinheiro. Pode-se incentivar o trabalho em equipe, ministrar cursos internamente por funcionários mais experientes e fazer um “on the job” (aprender na prática). É importante enfatizar que a responsabilidade é do profissional, o indivíduo precisa ser protagonista de sua carreira e gerenciá-la para atingir seus objetivos, nunca devemos terceirizar nossas obrigações seja para a empresa ou pessoa”, conclui Filardi.

*Com informações da DataCamp

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