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Os riscos da água clorada para os cães

Médica veterinária ressalta os cuidados que os tutores devem ter com os animais

Foto: Freepik
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Bruna Nazareth

As altas temperaturas estão atingindo diversas regiões do Brasil, levando as pessoas a buscarem maneiras de se refrescar, como o uso de ventiladores e ar-condicionado, além de frequentar praias, piscinas e cachoeiras.

Tutores de cachorros e gatos costumam se preocupar nos dias quentes, já que estes animais possuem pelos. Sendo assim, surge a dúvida de como mantê-los frescos diante dos dias quentes. Felizmente, existem diversas formas de refrescá-los, desde frutas congeladas, até bacias com água e gelo, panos gelados sobre o corpo do animal ou até mesmo ir a praias ou piscinas. Contudo, ao optar por esses passeios, especialmente em piscinas com cloro, alguns cuidados são essenciais para garantir a segurança e o bem-estar dos amigos de quatro patas.

Isabelle Magalhães da Cunha, médica veterinária graduada e doutora pela Universidade Federal Fluminense e docente do curso de Medicina Veterinária da Estácio Petrópolis, esclarece que, por ser um produto químico, o cloro, frequentemente usado em piscinas para reduzir a proliferação de fungos, bactérias, vírus e outros parasitas, pode causar problemas de pele nos cães quando há contato frequente com a água clorada.

“Os cães podem desenvolver dermatites e descamações como reações de hipersensibilidade ao composto químico, sem contar a possibilidade de desenvolvimento de alergias e infecções de pele e ouvidos, desencadeadas por agentes fúngicos ou bacterianos, sendo os mais associados ao fato de o cão permanecer úmido do que com o próprio contato com o cloro”

Os sinais mais comuns de hipersensibilidade incluem vermelhidão na pele ou olhos, ressecamento e descamação da pele, coceiras e queda de pelo. Quanto às doenças secundárias provocadas pela umidade excessiva da pele, elas podem variar desde uma lesão simples e arredondada com queda de pelo, como a alopecia, até úlceras com secreção purulenta.

“O cloro pode afetar a parte externa do seu pet, como a pele, assim como também pode causar problemas às mucosas oculares e aos pulmões. Um sinal clássico de irritabilidade ao cloro é a vermelhidão nos olhos, a parte “branca” (esclera) dos olhos visivelmente ficará vermelha, e por vezes até as pálpebras ficarão vermelhas, com irritação. Em relação aos pulmões, os pets podem desenvolver reações de hipersensibilidade, como as chamadas rinites alérgicas, ou até mesmo quadros mais graves como uma pneumonia, que pode por vezes ser devido a uma broncoaspiração da água de piscina”, ressalta.

Cuidados

Ao levar um cachorro para a piscina, os tutores devem tomar alguns cuidados antes e depois da exposição ao cloro. É importante verificar se o animal tem alergias, se está em tratamento para dermatopatias ou se já apresenta alterações na pele. Caso haja alguma sensibilidade, o contato com a água clorada deve ser evitado.

“Depois de frequentar a piscina, é essencial que o animal tome um banho para fazer a remoção do cloro. Para isso, deve-se utilizar um shampoo e condicionador adequados para esse fim. E nunca esqueça de secar bem o seu peludo, existem muitos riscos na ingestão do cloro e contato dele com a pele, mas não secar o seu peludo após o banho também pode ser muito prejudicial. Após o banho, seque muito bem o animal para evitar dermatites”

A especialista compartilha que não há uma raça sensível ao cloro, mas algumas são mais propensas a desenvolver hipersensibilidade dermatológica, como Lhasa Apso, Shih Tzu, West Highland White Terrier, Yorkshire Terrier, Golden Retriever, Labrador, Shar Pei, Pug, Cocker Spaniel e Bulldogue Francês.

Limite de tempo na água

A atividade na água traz muitos benefícios para os peludos, e algumas raças são nadadores natos. No entanto, é recomendável evitar longos períodos de exposição em piscinas tratadas com cloro. Mesmo que o cão não tenha predisposição a alergias, o contato com o produto pode causar uma reação de hipersensibilidade momentânea.

“O ideal é que antes de se observar vermelhidão/irritação de pele e/ou olhos, é hora de retirar seu animal da piscina e dar um banho de água corrente com shampoo e condicionador adequados”, explica a Dra.Magalhães.

O que fazer em caso de ingestão de água clorada?

O cloro já é um produto prejudicial para os seres humanos e, quando ingerido, pode ser perigoso tanto para pessoas quanto para cães. No caso dos peludos, seu consumo pode causar náusea, vômito, diarreia, dor de estômago, salivação excessiva, prostração, perda de apetite, dificuldade para mastigar e engolir, além de úlceras na língua e na boca.

“Por mais que água com cloro faça mal para cachorro, se você flagrou seu companheiro bebendo água da piscina, não se desespere! Mantenha a calma, mas fique atento para possíveis sinais de complicações. Ao perceber qualquer alteração clínica, como as citadas acima, procure um médico veterinário de sua confiança o mais rápido possível. É sempre importante lembrar, que muitas doenças quando diagnosticadas rapidamente, são mais facilmente tratadas e o quadro clínico revertido”, conclui.

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