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Pacote de gastos

Mauro Peralta - Médico e vereador

Foto: Pixabay
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No governo esquerdista gastador do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, o teto de gastos, criado para limitar a gastança irresponsável de maus gestores, foi extinto e substituído por um arcabouço fiscal que incentiva o aumento da arrecadação por meio de taxas e impostos. Com as inevitáveis consequências inflacionárias e a redução de investimentos privados, o PT viu a necessidade de um novo pacote fiscal para reduzir os gastos.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inicialmente alardeou que a economia seria de 71 bilhões de reais em dois anos. Contudo, estudos minuciosos mostraram que, na melhor das hipóteses, essa economia não passará de 50 bilhões de reais. Enquanto isso, o déficit nominal do país já ultrapassa a marca de 1 trilhão de reais, demonstrando um cenário econômico desastroso.

O Congresso precisa aprimorar o projeto para viabilizar uma redução de gastos significativamente maior, como a situação exige. Enquanto isso não acontece, o mercado reage com a máxima do dólar frente ao real, cotado atualmente a R$6,08, e com a perigosa aproximação do índice inflacionário ao teto da meta. Para piorar, o Banco Central, por meio do COPOM, sinalizou que a taxa SELIC deverá subir novamente, podendo alcançar 14%. Embora necessária para conter a inflação, essa medida reduz os investimentos privados, tão essenciais para o crescimento econômico do país.

Enquanto isso, o governo do PT celebra o aumento do PIB, que, na prática, não reflete melhoria alguma na qualidade de vida da população. Esse crescimento artificial é sustentado por transferências obrigatórias de recursos através do BPC, Bolsa Família, Auxílio-Gás e outros programas assistencialistas. O que deveria ser provisório transformou-se em políticas permanentes, criando uma população dependente e eternamente empobrecida. A pesada carga tributária, que incide até mesmo sobre alimentos e remédios, segue sustentando o sistema, enquanto os brasileiros recebem em troca migalhas maquiadas como conquistas sociais. Afinal, quanto mais pobre e iludida estiver a população, mais votos o PT garante.

Na educação, os massivos gastos públicos não trouxeram resultados. O Brasil permanece entre os piores no índice PISA, e 1 a cada 3 brasileiros ainda é considerado analfabeto funcional. Na saúde, o cenário é igualmente desolador. Muitos brasileiros não conseguem arcar com um plano de saúde privado, pois são obrigados a financiar um sistema público ineficiente e sobrecarregado. Além disso, fraudes generalizadas no BPC, um Bolsa Família sem perspectiva de autonomia para os beneficiários, benefícios do INSS concedidos através do Atestmed, e outros desvios seguem drenando o dinheiro dos contribuintes.

A ultrapassada CLT, criada em outro século, continua sendo um entrave ao crescimento econômico, embora atualmente menos da metade dos brasileiros esteja sob seu regime. Além disso, a péssima qualidade dos gastos públicos persiste, exemplificada pelos 50 bilhões de reais em emendas parlamentares distribuídas aos prefeitos, muitas vezes usadas sem critério ou benefício real para a população. Essa prática, que serve mais à reeleição de deputados do que ao desenvolvimento do país, também precisa ser urgentemente revista. Seguimos esperando, ainda que com ceticismo, que a Câmara dos Deputados finalmente cumpra seu papel em prol de todos os brasileiros. Por ora, ao menos sonhar continua sendo isento de impostos.

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