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Perda de memória afeta idosos e jovens

Estresse e insônia estão entre as causas do problema

Foto: Pixabay
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Jaqueline Gomes

Um problema até então mais comum entre os idosos, a perda de memória vem afetando também pessoas mais jovens.  Os principais causadores do esquecimento, além dos casos patológicos, são o estresse emocional e a insônia que vêm acometendo grande parte da população.

Segundo a geriatra e psiquiatra Roberta França, a perda de memória está mais atrelada ao processo de envelhecimento, porém, é preciso identificar se está sendo causada por uma doença como a demência do Mal de Alzheimer, ou se é só esquecimento.

- A perda de memória pode ter inúmeras causas. Precisamos entender que para os idosos esquecer alguma coisa é normal, pois, com a idade ocorre uma lentificação, não só dos movimentos, mas também dos pensamentos. Às vezes, as lembranças não vêm na cabeça com a mesma velocidade que antes, o que não significa perda de memória ou patologia explica a médica.
Ainda de acordo com a geriatra, é preciso estar atento, porém, para quando se trata de doença.

- Patologias como o processo de demência do Mal de Alzheimer, AVC (acidente vascular cerebral), ou a deficiência de vitaminas podem causar a perda de memória. É muito importante que a família perceba a diferença entre o idoso ter dificuldade de ter uma lembrança, mas depois ela voltar, como por exemplo, esquecer o nome de um artista, mas, puxar pela memória e depois se lembrar,  do que se esquecer de coisas rotineiras e não se dar conta.
Outro fator que deve ser observado, segundo Roberta, é quando o idoso se esquece de coisas recentes, mas se recorda de fatos muito antigos.

- Essa questão nunca é normal e é uma das características do processo de demência. Essa perda de memória específica precisa de uma avaliação de um profissional capacitado. Inúmeras doenças podem afetar a memória, entre elas a demência, o AVC, hipotireoidismo, inclusive diabetes e pressão arterial descontrolada. “Toda doença que altera a função cardiovascular pode piorar a função cognitiva e gerar perda de memória”, analisa Roberta. Ela completa dizendo que a depressão, o estresse e a ansiedade também são agravantes.

Problema também acomete os mais jovens

A perda de memória não tem uma idade específica para se manifestar. Apesar de normalmente começar a ser percebida em pessoas a partir dos 70 anos, ultimamente muitos jovens têm se queixado do problema. Nestes casos, a médica aponta a insônia como um dos principais causadores.

- Ela está mais atrelada ao processo patológico demencial do envelhecimento, mas pode ocorrer em outras idades. Estresse emocional, déficit de atenção e dificuldade de concentração vêm afetando a faixa etária mais jovem.

Mas, a insônia é o principal causador da perda de memória desse grupo. O sono é componente de memória, se a pessoa não tem um sono profundo, uma noite bem dormida, fatalmente terá a memoria prejudicada explica a psiquiatra.

O tratamento, segundo a geriatra e psiquiatra, se dá de acordo com a patologia.

- É essencial identificar qual patologia está afetando a memória, se é demência, depressão, ansiedade, insônia, para, a partir daí, fazer um tratamento específico da doença. A primeira coisa a se fazer é procurar um profissional capacitado para entender o que está acontecendo. No consultório serão feitos testes, avaliações e exames necessários para um diagnóstico.  Quanto mais rápido se identifica o problema, mais rápido começa a tratar e maiores são as chances de melhora com tratamento precoce. Quanto mais tempo a família demorar achando que é normal, por conta da idade, a gente perde um “timing” importantíssimo para iniciar o tratamento, principalmente nos quadros demenciais. A gente sabe que não existe hoje nenhuma droga modificadora da doença e nenhuma medicação que cure a demência,  mas, com o tratamento correto, com estimulação cognitiva o paciente pode ter qualidade de vida por muitos anos recomenda Roberta França.

A médica alerta também que a automedicação e o uso de medicamentos em excesso podem ter efeitos colaterais prejudiciais à memória. “O idoso, em geral, já faz uso de vários medicamentos e, a combinação de múltiplas drogas sem acompanhamento adequado, pode prejudicar de forma global todo o sistema, inclusive a memória”, afirma.

Prevenção

Roberta diz que a melhor prevenção para qualquer doença está atrelada ao estilo de vida. “Dormir bem, fazer uma boa higiene do sono e praticar atividade física regularmente promovem uma oxigenação cerebral e liberam substâncias que vão melhorar a sinapse (local de contato entre neurônios, onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos de uma célula para outra). Ter uma alimentação saudável e manter controlada a pressão arterial, o diabetes e as taxas de colesterol melhora a qualidade de vida global, inclusive o componente de memória”, conclui a geriatra e psiquiatra Roberta França.

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