Edição anterior (3438):
domingo, 07 de abril de 2024


Capa 3438

Pesquisadores apresentam estratégias de prevenção da tuberculose nas prisões brasileiras

Brasil lidera o número de casos da doença na população em cárcere na América do Sul

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Os webinários do Ministério da Saúde sobre a tuberculose seguem durante o mês de abril e, na última terça-feira (2), foi realizado mais um encontro reunindo profissionais de saúde, sociedade civil organizada, coordenadores de tuberculose, pesquisadores e estudantes para debater a resposta do Brasil à doença. O evento, que faz parte da iniciativa do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) para o mês da tuberculose, teve como tema Desafios para controlar a tuberculose em prisões: pensar em prevenção é possível?.

Para responder à questão, foram convidados os palestrantes Julio Croda, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Lia Possuelo, professora e pesquisadora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ambos coordenadores da área de tuberculose prisional da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (Rede-TB). A moderação do evento ficou a cargo de Anete Trajman, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Caroline Busatto, consultora técnica da Coordenação Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas (CGTM).

Julio apresentou dados sobre a incidência de tuberculose nas prisões da América do Sul, onde o Brasil lidera o número de casos (entre 2000 e 3000 casos). O cenário, segundo o pesquisador, é decorrente do encarceramento em massa e da superlotação no sistema penitenciário brasileiro. A prisão é uma instituição amplificadora da doença, alertou ao apontar que a incidência de tuberculose na população carcerária é 25 vezes maior do que na população geral da América do Sul.

A situação é agravada também pela subnotificação da doença nas prisões. Segundo o professor, apesar de a maior incidência de casos, os exames não chegam de maneira eficiente a essa população, o que dificulta o monitoramento. Estratégias como diagnóstico aprimorado e triagens em massa na prisão são propostas pelo pesquisador no controle da doença.

Lia Possuelo acrescentou  que o Brasil conta com mais de 800 mil pessoas privadas de liberdade e que 4.56% das pessoas em celas de unidades prisionais possuem diagnóstico de infecções como HIV, sífilis e a tuberculose. A coordenadora do Rede-TB apresentou as experiências da Competição em Saúde contra a Tuberculose no Sistema Prisional (Competi-TB), projeto de incentivo à promoção de ações que contribuam com o controle da tuberculose e  integração entre os profissionais atuantes nas prisões gaúchas.

A iniciativa, que teve sua primeira edição realizada em 2022, promoveu atividades de educação em saúde e a produção de materiais informativos pelas equipes. Precisamos promover e ampliar ações voltadas à comunidade carcerária que contribuam com o conhecimento sobre saúde e doenças infecciosas, enfatizou Lia.

Boletim Epidemiológico da Tuberculose 2024

Em março, foi lançado a nova versão do Boletim Epidemiológico da Tuberculose, atualizando o panorama da doença no país. O documento detalha os números da doença em nível nacional, regional e estadual, além de apresentar as ações realizadas pelo governo brasileiro em prol da eliminação da tuberculose.

O boletim mostra que em 2023, o país registrou 80.012 casos novos de tuberculose, sendo que 7.240 casos novos foram diagnosticados em pessoas privadas de liberdade.

Edição anterior (3438):
domingo, 07 de abril de 2024


Capa 3438

Veja também:




• Home
• Expediente
• Contato
 (24) 99993-1390
redacao@diariodepetropolis.com.br
Rua Joaquim Moreira, 106
Centro - Petrópolis
Cep: 25600-000

 Telefones:
(24) 98864-0574 - Administração
(24) 98865-1296 - Comercial
(24) 98864-0573 - Financeiro
(24) 99993-1390 - Redação
(24) 2235-7165 - Geral