Rômulo Barroso - especial para o Diário
A viação Petro Ita divulgou uma nota oficial em que contesta a vistoria realizada pela CPTrans em maio, que concluiu pela reprovação de 87% da frota da empresa. Segundo a empresa, o laudo da vistoria contém "uma série de erros graves", entre eles, divergência de datas, registros fotográficos e informações técnicas.
A informação sobre a reprovação dos ônibus da Petro Ita foi divulgada pela CPTrans no dia 31 de maio. Segundo a CPTrans, foram avaliados "itens de segurança e acessibilidade" nos ônibus de todas as empresas que compõem o sistema de transporte público do município e que elas "são notificadas a fazer os reparos sob risco de multa". O laudo da vistoria não foi divulgado.
A vistoria foi realizada pela empresa contratada pela CPTrans, a WST Engenharia. Segundo a Petro Ita, as informações divulgadas pela CPTrans e o laudo apontam divergência de datas de realização da vistoria: a primeira aponta que a verificação das condições dos ônibus foi feita entre os dias 22 e 24 de maio, enquanto o laudo afirma que o trabalho aconteceu entre os dias 22 e 25; segundo a Petro Ita, a vistoria foi feita por apenas um técnico e ocorreu nos dias 22 e 23, com um complemento fotográfico no dia 24, e nenhum técnico da empresa contratada esteve na garagem da Petro Ita no dia 25.
Outra informação contestada é que o laudo afirma que houve "minuciosa avaliação dos ônibus da empresa Cascatinha Transportes Coletivos de Passageiros Ltda", o que é negado pela Petro Ita. Além disso, a Petro Ita diz que o relatório apresenta divergências de fotografias: "Em alguns dos registros são apontados problemas em um determinado veículo, porém, no mesmo arquivo, o veículo apontado está com placa diferente, resultando em confusões de dados e informações".
Questionamento de pontos técnicos
A Petro Ita também questionou quatro aspectos técnicos apresentados pelo laudo da vistoria. O primeiro é sobre a verificação da "altura da lona do freio". A empresa alega que essa verificação não poderia ser feita "sem que nenhum veículo fosse desmontando" e considera que não havia "tempo suficiente para que uma única pessoa faça, em um curto espaço de tempo, o determinado teste em toda a frota de ônibus".
Outro questionamento foi feito sobre o teste nos elevadores dos ônibus. A empresa pediu explicações sobre como "foi aplicada uma carga de 130 quilos no equipamento".
A terceira contestação foi a respeito do teste do sistema de ar do veículo. A Petro Ita diz que o laudo aponta que o sistema foi testado "esvaziando-o completamente e verificando o carregamento eficaz do veículo", mas alega que "é impossível que o procedimento seja realizado em um tempo de cinco a sete minutos por veículo". Também diz que não houve tempo para garantir que toda frota passou por esse teste.
A última verificação da iluminação dos ônibus, já que o laudo afirma, segundo a Petro Ita, que "um vistoriador opera os sistemas de iluminação do veículo, enquanto outro verificava a funcionalidade das luzes externas", mas a empresa reforça novamente que havia apenas um vistoriador no local.
Petro Ita diz que fez alguns reparos
A Petro Ita afirmou na nota que "realizou todas as adequações dos apontamentos consistentes", sem divulgar quais foram essas "adequações consistentes". A empresa disse que apresentou à CPTrans os reparos feitos e solicitou uma nova vistoria.
O Diário pediu um posicionamento a respeito das questões apontadas pela Petro Ita sobre a vistoria, mas não recebemos resposta até o fechamento desta reportagem.
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