Mais de 30 entidades empresariais se unem para melhorar o futuro de Petrópolis
Petrópolis enfrenta hoje desafios que vão muito além das paisagens históricas e do turismo tradicional. Em meio à busca por modernização e desenvolvimento sustentável, o Movimento Petrópolis 2030, reúne 30 entidades empresariais e da sociedade civil para impulsionar uma agenda de 20 prioridades estratégicas que devem guiar o crescimento da cidade até o final da década. A agenda foi definida em 2023 e, desde então, os pontos elencados pelas entidades vêm sendo trabalhado junto ao poder público para que saiam do papel e garantam crescimento à cidade.
Entre as pautas mais urgentes está a nova pista de subida da serra, obra paralisada desde 2016 e cuja conclusão está prevista apenas para 2029. A importância da nova rodovia vai muito além da melhoria do tráfego: seu atraso gera prejuízos estimados em R$ 100 milhões por ano, afetando diretamente o turismo, o comércio e a indústria local. “Não faz sentido manter um pedágio alto enquanto a obra mais importante para a mobilidade da cidade segue abandonada”, afirma Cláudio Mohammad. O movimento cobra da ANTT a retomada imediata das obras, sob risco de travar o crescimento da região serrana.
Potencial tecnológico
Na seara da tecnologia, Petrópolis já avança como polo de inovação com o Serratec e o Laboratório Nacional de Computação Científica, âncora do setor e agora, vai receber novo impulso com a instalação de um polo tecnológico no antigo prédio do Café Solúvel, às margens da BR-040, um pleito da entidade e que toma forma pelas mãos do governo do Estado. Diferente de polos restritos ao setor de tecnologia da informação, o espaço abrigará um ecossistema multidisciplinar. A ideia é oferecer infraestrutura para centros de pesquisa, empresas inovadoras, startups, espaços de convivência e eventos, além de um ambiente voltado à formação e qualificação profissional.
A tecnologia é uma das bandeiras do movimento pelo retorno econômico. O Serratec, que engloba ainda Teresópolis, Nova Friburgo e Areal, movimenta uma economia que ultrapassa R$ 1,1 bilhão ao ano, com cerca de cinco mil empregos diretos. “A inovação é um vetor essencial para o futuro da cidade”, destaca Mohammad, que também ressalta o diálogo aberto com o governo estadual para viabilizar projetos como a criação de uma faculdade tecnológica, instalação de heliporto em Itaipava e implantação de radar meteorológico.
Entre as outras prioridades do movimento estão ainda a construção de um centro de convenções de porte médio, capacitação tecnológica para jovens, expansão do gás natural encanado, investimentos em energia renovável e revitalização urbana. O movimento também defende, entre outros pontos cruciais, a criação de uma Agência de Desenvolvimento Econômico, capaz de articular as iniciativas e fomentar investimentos para diversificar a economia local, que hoje depende fortemente do turismo e do comércio.
Futuro colaborativo
O Petrópolis 20230 não se limita apenas à formulação de projetos estruturantes: há também um foco forte em promover a participação da sociedade civil e dos setores produtivos na construção do futuro da cidade. O desafio é integrar conhecimento técnico e demandas locais, ampliando a transparência e o engajamento na execução das ações. Cláudio Mohammad reforça que o caminho para uma Petrópolis mais desenvolvida passa pela colaboração entre iniciativa privada, governo e cidadãos, criando uma base sólida para que as mudanças sejam duradouras e eficazes.
“Queremos uma Petrópolis que respeite sua história, mas que olhe para o futuro com ousadia e planejamento. Uma cidade mais conectada, sustentável e inovadora, que ofereça qualidade de vida e oportunidades para as próximas gerações”, resume Mohammad. “À medida que a década avança, Petrópolis busca se posicionar como uma referência regional que combina patrimônio cultural e avanço tecnológico um desafio que o movimento Petrópolis 2030 está empenhado em transformar em realidade”, completa.
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