Cidade teve nota 60,37 em estudo que mede qualidade de vida e oportunidade de avanços em aspectos sociais e ambientais
Rômulo Barroso - especial para o Diário
Petrópolis apresentou desempenho "neutro" no Índice de Progresso Social (IPS), com nota de 60,37 - o cálculo vai de 0 a 100. O resultado foi divulgado nessa semana. O levantamento feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) em parceria com Fundación Avina, Amazônia 2030, Anattá Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative.
O estudo avalia 53 indicadores que ajudam a mostrar se a população possui condições para prosperar nos seus municípios, do ponto de vista das necessidades básicas para as pessoas, como moradia, alimentação e segurança, até se possuem acesso à canais de informação e comunicação e ainda o tratamento igualitário em questões de gênero, raça ou orientação. Para isso, são utilizados dados oficiais recentes (no máximo cinco anos) de fontes como DataSUS, Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, Conselho Nacional de Justiça, Mapbiomas, Anatel, CadÚnico.
Essa metodologia de avaliação já existe desde 2014 e é aplicada em 170 países, mas esta foi a primeira vez que todas as cidades brasileiras foram analisadas. A promessa é que o IPS seja atualizado anualmente. Nessa versão de 2024, Petrópolis ficou na 38ª posição entre as cidades do Rio de Janeiro, em 941º na Região Sudeste e em 1.838º no país.
"Elaborado para complementar as medidas tradicionais de desenvolvimento, o IPS destaca a importância do progresso social aliado ao crescimento econômico. Este índice mede diretamente os resultados finais, sendo uma ferramenta essencial para o planejamento, avaliação de programas e aperfeiçoamento de políticas públicas. Além disso, o IPS Brasil orienta investimentos sociais privados nos municípios, funcionando como uma bússola para direcionar recursos de forma eficiente", explicam os organizadores do estudo.
Como o IPS avalia os municípios
O Índice de Progresso Social é dividido em três dimensões: "necessidades humanas básicas", "fundamentos do bem-estar" e "oportunidades". Cada um deles é composto por quatro componentes, onde estão distribuídos os 53 indicadores avaliados.
No caso de Petrópolis, a dimensão "necessidades humanas básicas" teve o melhor resultado, com 73,18. Os componentes "nutrição e cuidados médicos básicos", "água e saneamento" e "segurança pessoal" tiveram desempenho neutro; já em "moradia", o desempenho foi fraco.
A segunda melhor nota foi em "fundamentos do bem-estar", com 68,61. Nessa dimensão aparece o único componente que teve avaliação como forte: "acesso a informação e comunicação". O destaque são os indicadores que mostram a densidade de internet banda larga fixa e a densidade de telefonia móvel, que ajudaram a cidade a ficar entre as 100 melhores do país (91º). Os demais componentes - "acesso ao conhecimento básico", "saúde e bem-estar" e "qualidade do meio ambiente" - ficaram como neutro.
Já o pior desempenho foi em "oportunidades", com uma nota bem distante das outras duas dimensões, apenas 39,32. Aqui aparece o único componente classificado como fraco, que "inclusão social", que deixou Petrópolis em 5.453º (vale lembrar que o país tem 5.570 municípios). Empurram o desempenho negativo nesse componente a disparidade de negros e pardos na Câmara Municipal e a violência contra mulher. Mais uma vez, o outros componentes são neutros ("direitos individuais", "liberdades individuais e de escolhas" e "acesso à educação superior").
Brasil
No país, o melhor resultado foi da cidade de Gavião Peixoto, no interior paulista, que ficou com a nota de 74,49. A melhor capital é Brasília (71,25). O melhor estado é São Paulo (66,25).
O Rio de Janeiro é o sétimo melhor estado Brasil (66,11). A melhor cidade fluminense é Niterói (67,31), seguida de Rio de Janeiro (66,41), Barra Mansa (65,86), Carmo (64,80) e Nova Friburgo (64,74).
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