Índice medido pelo Instituto Cidades Sustentáveis mostrou nota de 53.62 em 2024, uma variação negativa em relação aos últimos dois anos
Rômulo Barroso - especial para o Diário
O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades - Brasil (IDSC-BR) mostrou que Petrópolis manteve nível médio de desenvolvimento sustentável em 2024. A nota final foi de 53.62, o que representa uma variação negativa na comparação com os últimos dois anos. O município ficou em 898º lugar no país e nono no Rio de Janeiro.
Esse índice mostra a evolução dos municípios em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que compõem a Agenda 2030, plano de ação da ONU estabelecido em 2015 para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, de acordo com as condições que planeta oferece, sem comprometer a qualidade de vida das próximas gerações.
Em 2015, Petrópolis teve avaliação de 54.98 e esse foi o ponto de partida para entender quais medidas precisavam ser tomadas para melhorar dentro de cada objetivo. O IDSC-BR foi atualizado nos últimos três anos e mostrou que a cidade teve nota 58.77 em 2022 e 55.28 em 2023. Todas as notas seguem no mesmo patamar, de desenvolvimento sustentável médio.
O IDSC-BR é uma iniciativa do Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com o Sustainable Development Solutions Network (SDSN), com consultoria do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e co-financiado da Caixa, do Ministério do Meio Ambiente e da União Europeia.
"É um retrato do nível de desenvolvimento sustentável das cidades, que traduz um pouco da qualidade de vida nos territórios. E é este o grande objetivo dele (do índice): melhorar a qualidade de vida", destaca o diretor-presidente do Instituto Cidades Sustentáveis, responsável por desenvolver a ferramenta, Jorge Abrahão.
Como o índice é calculado
Para montar o índice, são observados 100 indicadores sobre temas como saúde, educação, renda, moradia, transportes, infraestrutura urbana e mudanças climáticas. Em cada um deles, é estabelecida uma pontuação a partir de informações de fontes oficiais, como IBGE, DataSUS e Inep, e parâmetros para determinar o tamanho do desafio para atingir a meta da Agenda. O município pode estar "melhor que a referência" ou então descobrir que "há desafios", "há desafios significativos" ou "há grandes desafios" - classificação que varia de acordo com a distância da nota recebida e o parâmetro pré-estabelecido.
No caso de Petrópolis, 35 indicadores ficaram melhor que a referência, 19 representam desafios para o município, 16 são desafios significativos e 30 são grandes desafios.
ODS
Todos esses 100 indicadores são agrupados dentro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Petrópolis teve avaliações como "muito alto" em dois desses objetivos: no ODS 7 - Energias Renováveis e Acessíveis teve nota 94.16, enquanto no ODS 6 - Água Potável e Saneamento recebeu nota 85.88.
Outros três objetivos tiveram avaliações como "alto": ODS 14 - Proteger a Vida Marinha (74.40), ODS 13 - Ação Climática (73.19) e ODS 3 - Saúde de Qualidade (66.59).
Seis foram avaliados como "médio": ODS 2 - Erradicar a Fome (59.47), ODS 15 - Proteger a Vida Terrestre (55.97), ODS 8 - Trabalho Digno e Crescimento Econômico (55.68), ODS 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes (54.88), ODS 4 - Educação de Qualidade (52.76) e ODS 1 - Erradicar a Pobreza (51.11).
E outros seis são "muito baixo": ODS 5 - Igualdade de Gênero (39.22), ODS 10 - Redução das Desigualdades (37.75), ODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis (36.85), ODS 11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis (34.16), ODS 17 - Parcerias e Meios de Implementação (20.00) e ODS 9 - Indústria, Inovação e Infraestrutura (19.57).
País e Rio de Janeiro
Nenhuma cidade brasileira atingiu o nível "muito alto", mas 91, estão com nível "alto" de desenvolvimento sustentável. Os municípios com índices "muito baixo" são 934 localidades. A maior parte, 2.885 cidades, têm nível "baixo".
A melhor nota no país foi do município de Alfredo Marcondes (SP), com 66,76, seguido de Uru (SP), 65,55, e São Jorge do Ivaí (PR), 64,71. No Rio, a melhor nota foi de Niterói (58,40), que é a 202ª colocada no país.
"Com o índice, podemos avaliar qual foi o histórico da implementação das políticas públicas nos últimos anos, onde tiveram resultado melhor, o por quê de terem sido bem-sucedidas ou não terem sido bem-sucedidas, para que, à medida que a gente avance, em especial, com os novos investimentos, com o acompanhamento das emendas parlamentares, a gente consiga ter uma clareza maior do tipo de política pública que gera resultado e consegue ser medido", afirma o secretário de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Adalberto Maluf.
* Com informações de Agência Brasil
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