Mauro Peralta -Médico e vereador
Petrópolis, nossa querida ex-cidade das hortênsias, já foi um modelo de prosperidade e encanto, mas hoje se encontra em um estado deplorável, abandonada às traças. A transformação foi tão radical que quem conheceu a Cidade de Pedro no passado, difícilmente a reconhece agora. O que era um cenário de beleza e desenvolvimento se tornou um reflexo de descaso e negligência.
Hoje, vivemos com lixo espalhado por todos os cantos. A iluminação pública, que deveria ser uma prioridade, é escassa, chegando até a faltar no Centro Histórico. Não há sequer uma casa popular construída nos últimos anos. Na área da educação, as escolas enfrentam falta de merenda, e os servidores públicos sofrem com salários atrasados. A falta de empregos é uma realidade para muitos, a mobilidade urbana é um caos, e o atendimento de saúde é demorado e ineficiente. Estamos sem nada.
O pior de tudo é que somos obrigados a pagar impostos e taxas para sustentar vários serviços públicos que não funcionam. O que em teoria deveria trazer algum retorno ao contribuinte, se transforma cada vez mais em um fardo empobrecedor, pois nem sequer temos a opção de ficar com nosso próprio dinheiro para poder contratar os serviços privados de nossa preferência.
Lembro com saudade dos nossos Natais iluminados, não faz tanto tempo, quando as ruas e avenidas se transformavam em um espetáculo de luzes, criando uma atmosfera de felicidade e esperança. A decoração natalina, com o famoso túnel de luz na Rua 16 de Março, encantava tanto moradores quanto turistas. A população e os comerciantes se uniam para embelezar as fachadas das casas e dos estabelecimentos, tornando a cidade ainda mais charmosa. O desfile de Natal, com inúmeros artistas, era um dos grandes eventos. O comércio prosperava, bares e restaurantes estavam sempre cheios, a rede hoteleira atingia 100% de ocupação, e a cidade se enchia de vida. Tínhamos até o “engarrafamento do bem”, com ruas tomadas por carros de petropolitanos e turistas admirando a beleza das milhares de luzinhas que adornavam os troncos das árvores. O dinheiro circulava, gerando empregos e movimentando a economia local. Era um tempo de prosperidade, alegria e muito movimento.
Assistindo pela televisão à abertura do Natal de Gramado, com centenas de artistas desfilando por uma rua principal deslumbrantemente iluminada e com a imensa multidão que lotava as calçadas para admirar o espetáculo, fica difícil não sentir um misto de frustração e inveja. Nem mesmo a recente tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul foi capaz de abalar o brilho e a grandiosidade do evento. E aqui, no nosso sofrido estado do Rio de Janeiro, vemos exemplos de cidades como Miguel Pereira e outras serranas, que, mesmo sendo muito menores que Petrópolis, terão um Natal mais grandioso, mais bonito e mais feliz. A única coisa que nos resta é lamentar a diferença de gestão, reconhecendo que nosso prefeito fez um trabalho muito inferior nos últimos anos.
Auguramos que o próximo prefeito, eleito com mais de 108 mil votos, seja um gestor eficaz, que desempenhe o papel de síndico da cidade com responsabilidade. Que abandone as estapafúrdias ideias esquerdistas do atual gestor e trabalhe para endireitar nossa cidade. Basta ter afinco, persistência e humildade. Seja espartano nos gastos e promova o enxugamento da máquina pública. Não ceda à tentação de nomear “companheiros” para cargos de direção. Petrópolis, que em 2024 se encontra abandonada e destruída, sonha em ver-se novamente deslumbrante e próspera já em 2025, recuperando seu passado de glamour, educação e prosperidade. Queremos voltar a cantar com orgulho: “Quem pensa que é feliz em outra terra é porque ainda não viveu aqui.”
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