Coordenadoria Municipal de Vigilância Ambiental tem monitorado casos da doença que acomete animais e humanos
Larissa Martins - especial para o Diário
O Boletim Epidemiológico, divulgado pela Prefeitura de Petrópolis este mês, referente a 2023, aponta que 173 novos atendimentos de animais com suspeita de esporotricose foram realizados no ano passado, através do projeto piloto intitulado Monitoramento e Controle da Esporotricose no Município de Petrópolis, que tem o objetivo de diagnosticar, tratar, acompanhar e controlar os casos da doença na cidade, principalmente nas áreas de maior vulnerabilidade social, além de realizar ações de educação ambiental para a população.
A iniciativa é da Coordenadoria de Vigilância Ambiental e foi inaugurada em 7 de junho de 2023. Desde então, além dos novos atendimentos, houve 367 retornos e foram concedidas 26 altas.
Notificações
A Coordenadoria de Vigilância Ambiental vem recebendo de algumas clínicas veterinárias desde 2018 notificações de felinos diagnosticados com esporotricose em vários bairros da cidade, mas o número não tem sido muito expressivo.
Essa zoonose adquiriu importância epidemiológica, no Estado do Rio de Janeiro, se tornando uma doença animal de notificação compulsória com base na resolução SES n° 1864 de 25/07/2019.
Em 2021, A Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica (COVIEP) recebeu e registrou no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) a notificação e confirmação de 10 casos positivos para Esporotricose em humanos, dos quais os felinos também estavam acometidos. Em 2022, a COVIEP informou o registro de 41 casos da doença em humanos.
Quando os animais acometidos pela esporotricose estão em locais de maior vulnerabilidade social com baixo acesso a assistência veterinária, corroboram para aumentar o número de animais doentes, podendo causar mais contaminação no meio ambiente e dos seus tutores, causando sérios problemas à saúde pública, dizia um trecho do documento.
Por ser tratar de uma doença que requer um longo período de acompanhamento, cerca de 4 a 6 meses, os animais são microchipados no primeiro atendimento para garantir a sua identificação. Logo após, é agendado o primeiro retorno em 15 dias, onde será entregue o resultado do exame laboratorial. Diante da confirmação da doença, os animais serão avaliados mensalmente até o sexto mês ou até a alta do tratamento.
Após a alta, alinhamos junto com o tutor a castração dos mesmos, outra medida recomendada no controle da doença. É realizado também orientações em educação ambiental para os tutores/responsáveis dos animais através de informações, folder explicativo sobre a doença e cuidados necessários a serem tomados para reduzir a disseminação do fungo, segundo o Boletim.
O atendimento é feito pelas médicas veterinárias, mediante agendamento, na Sede da Coordenadoria de Vigilância Ambiental em trailer com infraestrutura para o atendimento ambulatorial. Este acontece as segundas e quartas feira de 8h30 às 15h.
Prevenção
Segundo o Ministério da Saúde, a principal medida de prevenção e controle a ser tomada é evitar a exposição direta ao fungo. É importante usar luvas e roupas de mangas longas em atividades que envolvam o manuseio de material proveniente do solo e plantas, bem como o uso de calçados em trabalhos rurais. Os indivíduos com lesões suspeitas de esporotricose devem procurar atendimento médico, preferencialmente um dermatologista ou infectologista, para investigação, diagnóstico e tratamento.
Toda e qualquer manipulação de animais doentes pelos seus donos e veterinários deve ser feita com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Além disso, animais com suspeita da doença não devem ser abandonados, assim como o animal morto não deve ser jogado no lixo ou enterrado em terrenos baldios, pois isso manterá a contaminação do solo. Recomenda-se a incineração do corpo do animal, de maneira a minimizar a contaminação do meio ambiente e, assim, interromper o ciclo da doença.
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