Medicamentos lideram as notificações no município, enquanto dados nacionais apontam mais de 45 mil atendimentos no SUS por envenenamento na última década
Emanuelle Loli - estagiária
Entre os anos de 2017 e 2025 o município de Petrópolis notificou 2.431 casos de intoxicação exógena na rede pública de saúde. Elas podem ser causadas por produtos químicos, medicamentos, venenos dentre outras substâncias. Os dados do município foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde.
Recentemente a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) divulgou dados nacionais. Ao longo dos últimos 10 anos, o Brasil contabilizou mais de 45 mil atendimentos em emergências da rede pública relacionados a envenenamento que precisaram de internação.
No município o levantamento aponta que, desde 2017, o envenenamento por medicamentos representa a maior parte das notificações, com 1.125 casos no período. Em seguida, aparecem os registros relacionados ao consumo de álcool e outras drogas, que somaram 658 ocorrências. As intoxicações por pesticidas e agrotóxicos totalizaram 104 casos, enquanto os produtos químicos estiveram presentes em 101 notificações. Já os gases e vapores foram responsáveis por 26 registros. Outros casos somam 417 ocorrências.
O relatório também destaca a existência de 242 casos acidentais registrados nesse intervalo de tempo.
Além disso, 13 óbitos por intoxicação exógena foram confirmados em Petrópolis no mesmo período.
Brasil
No cenário nacional, o SUS registrou 45.511 atendimentos relacionados a intoxicações. Os casos mais frequentes estão ligados a drogas, medicamentos e substâncias biológicas não especificadas (6.407 ocorrências), seguidos por produtos químicos sem identificação (6.556) e por substâncias químicas nocivas não especificadas (5.104).
Em seguida, destacam-se as intoxicações provocadas pela exposição a analgésicos e a remédios usados para reduzir dor, febre e inflamações (2.225 casos), além de episódios envolvendo pesticidas (1.830), ingestão de álcool por causas não determinadas (1.954) e uso de anticonvulsivantes, sedativos e hipnóticos (1.941).
Segundo a Abramede, entre as 3.461 internações por intoxicação intencional ou causada por terceiros, 1.513 foram registradas na Região Sudeste.
O levantamento também revela informações sobre o perfil das vítimas, tanto em casos acidentais quanto proposital. A maioria é formada por homens, totalizando 23.796 registros.
Quanto à faixa etária, os grupos com maior incidência são os jovens adultos de 20 a 29 anos (7.313 ocorrências) e as crianças de 1 a 4 anos (7.204 ocorrências). Já os menores índices foram registrados entre bebês com menos de 1 ano e idosos: 1.612 casos entre pessoas de 70 a 79 anos e 968 ocorrências em indivíduos com 80 anos ou mais.
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