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Petrópolis registra mais de 50 focos de incêndio florestais em 20 dias

No ano, o aumento é de 185% em relação a 2023; nessa sexta, cidade teve mais queimadas em Araras, Morin, Pedro do Rio e Secretário

Foto: Reprodução
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Rômulo Barroso - especial para o Diário

O número de incêndios florestais está aumentando em ritmo mais rápido do que no ano passado. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), a cidade registrou 274 focos até essa sexta-feira (13/09). É um número 185% mais alto do que o mesmo período de 2023 (96 ocorrências). Nos últimos 20 dias, os Bombeiros foram acionados 51 vezes na cidade. No ano passado, entre os dias 25 de agosto e 13 de setembro, houve 10 novos focos. Ou seja, em 2024 foram cinco vezes mais casos nesse curto período.

Nessa sexta-feira, a cidade teve mais focos registrados. Os Bombeiros foram chamados duas vezes para atuar na localidade Retiro das Pedras, em Araras, uma pela manhã e outra no início da tarde. A corporação manteve ainda o trabalho no Caxambu, onde a queimada teve início ainda na quarta-feira (11). Também circularam pelas redes sociais imagens de incêndios no Morin e em Pedro do Rio, próximo à Cervejaria Itaipava.

Outra área que pegou fogo foi o Monumento Natural Estadual da Serra da Maria Comprida, em Secretário. Pelos menos três pontos foram atingidos pelas chamas, que se aproximaram de casas de um condomínio local. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fez um sobrevoo para mapear os locais e coordenar os brigadistas nas ações de combate.

Gabinete de crise estadual

Em todo Rio, os Bombeiros chegaram a registrar 460 focos durante a quinta-feira (12). Nessa sexta à tarde, eram quase 60 ocorrências simultâneas no estado. Neste ano, já foram mais de 16 mil casos. Por isso, a Secretaria de Estado de Defesa Civil instalou um gabinete de crise, que está fazendo monitoramento da situação 24 horas por dia para organizar as equipes de combate às chamas. O novo secretário titular da pasta e comandante-geral do Corpo de Bombeiros RJ, coronel Tarciso Salles, fez a primeira reunião com o gabinete nessa sexta.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros RJ, major Fábio Contreiras, disse que as condições climáticas contribuem para o alto número de incêndios no estado, mas ressaltou que a grande parte deles tem origem em ação humana.

"Esse aumento das ocorrências de incêndios florestais está diretamente ligado ao aquecimento global, as ondas de calor e a presença forte do El Niño aqui no estado do Rio de Janeiro, que acabou propiciando dias de muito calor, muito vento e baixa umidade. Mais de 95% desses incêndios florestais possuem a causa humana, ou seja, ou causa acidental ou proposital", afirmou.

Ele ainda reforçou as orientações voltadas para a população ajudar na prevenção aos incêndios.

"É fundamental ficar atento a alguns cuidados que todos devem ter. Primeiro, muito cuidado ao descartar as guimbas de cigarro próximo de estradas e em áreas verdes também. Além disso, evitar realizar fogueiras seja em acampamentos ou mesmo em locais próximos da sua residência. Jamais realizar queimadas, seja de lixo ou mesmo para abrir algum outro tipo de cultivo na sua região. Lembrar também que é crime soltar balões. E não soltar fogos de artifício. Tudo isso pode gerar grandes incêndios florestais, acarretando na perda e destruição de bens materiais, a morte de animais e de grande parte da flora fluminense", ressaltou.

Cidade continua com risco "muito alto" de incêndios

Boletim da Defesa Civil municipal manteve todos os distritos classificados com risco "muito alto" nessa sexta-feira. Fruto da junção da ausência de chuva durante quase 20 dias, calor intenso - próximo de 30 ºC durante a semana e que deve se manter assim também neste sábado (14) - e também da baixa umidade.

Ao longo da sexta, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) chegou a elevar o alerta de amarelo ("perigo potencial") para laranja ("perigo") para baixa umidade em uma área que abrangia Petrópolis, mas não baixou de 20% na estação meteorológica do Pico do Couto (Rocio), como ocorreu em dias anteriores. O alerta amarelo foi renovado para este sábado, indicando que a cidade pode ter umidade variando de 30% a 20% entre 11h e 21h. A Defesa Civil mantém a cidade em estágio de atenção por causa dessa situação.

Riscos da baixa umidade para a saúde

Diante dessa condição de baixa umidade, o Dr. Paulo Sá, o médico Mestre em Saúde Pública, coordenador do Ambulatório Escola e professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), chama atenção para os efeitos em crianças e idosos.

"Quando o tempo fica muito seco, a gente evapora, a gente sua e nem percebe que está suando. Então a gente perde muito mais líquido, muito mais água. Quando você desidrata, tem os efeitos complexos, que vão acontecer na criança, que com a desidratação, pode até levar à morte. E os idosos, que também já tem uma lembrança mais tênue de beber água, de ingerir líquidos, se distrai com mais facilidade, perde água com mais rapidez e desidrata rápido, e aí pode sobrevir um infarto, um derrame, alguma coisa do gênero. Quais são os cuidados principais a se tomar: ingerir líquido o dia todo, várias vezes ao dia, mais do que o habitual. Então você precisa se forçar a beber mais líquido, mesmo que às vezes você não esteja sentindo sede. Mas é importante manter esse fluxo de água dentro do corpo para você não ter nenhum dano à saúde posteriormente", aponta.

De acordo com o Climatempo, a previsão é que possa ter uma virada no tempo neste domingo (15), com possibilidade de garoa à noite.

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