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quinta-feira, 13 de novembro de 2025


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Petrópolis registra queda no número de alertas e ocorrências emitidos pelo Cemaden

Já os deslizamentos de terra, aumentaram de 2 para 11 este ano

Foto: Alcir Aglio
Foto: Alcir Aglio


Larissa Martins

Um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) aponta que Petrópolis registou queda no número de alertas e ocorrências emitidos órgão nacional. De janeiro até terça-feira (11), foram enviados 27 alertas para o município: dois a menos que no ano passado, quando chegou a 29.

Segundo os dados, em ambos os anos, eventos hidrológicos, como alagamento e enxurrada motivaram a maior parte dos envios dos comunicados. Neste ano são 16 alertas do tipo contra 27 em 2024. Já os alertas geológicos, como deslizamentos de terra, aumentaram de 2 para 11.

Em relação às ocorrências registradas neste ano, não houve nenhuma considerada de grande porte causadoras de danos significativos, com a necessidade de decretação de emergência. Foram 37 no ano passado e 17 neste ano classificadas como porte pequeno e médio, com danos menores.

Pessoas impactadas por eventos climáticos

Um levantamento do Movimento União Br e da Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados, realizada neste ano, conclui que um a cada quatro brasileiros (25%) já viveu ou conhece alguém afetado por uma tragédia ou desastre ambiental, como enchentes e deslizamentos. O montante equivale a cerca de 42,2 milhões de pessoas.

Nesse grupo, 7% foram diretamente impactados por um evento climático grave. Outros 15% conhecem alguém próximo nessa situação e 3% foram afetados e também conhecem pessoas afetadas, de modo que cerca de 16,9 milhões de brasileiros já viveram um desastre natural.

Entre quem foi vítima de uma tragédia ambiental, enchentes e alagamentos são os desastres mais citados (68%), seguido por tempestade ou chuva forte (7%), deslizamento de terra (6%), queimadas ou incêndios (5%), queda de barragem e seca, ambos com 2%. Outros somam 5% e 4% não sabiam ou não responderam.

Ajuda às vítimas

A pesquisa também revela que a grande maioria (82%) da população já fez alguma ação para ajudar vítimas de desastres, sendo que 21% atuaram como voluntários. Doar roupas e sapatos é a ação mais comum (68%), seguida por doação de mantimentos, como água e comida (58%), divulgação de campanhas de arrecadação (49%), doação de dinheiro (37%) e de medicamentos (27%).

Além do grande contingente de brasileiros que já ajudaram nesse tipo de situação, é expressiva a quantidade de pessoas que ainda não ajudou, mas tem vontade. Metade (49%) dos entrevistados pretende se voluntariar, 42% planeja doar medicamentos e 29%, mantimentos como água e alimentos.

Na avaliação do Movimento União Br, os dados são relevantes para traçar estratégias de mobilização em ações de voluntariado. “O brasileiro tem essa disposição para ajudar e a pesquisa detalha quais fatores motivam esse tipo de ação, trazendo indicativos importantes para os diversos atores envolvidos em campanhas de doações. O levantamento também apresenta dados relevantes para as empresas, em um momento de crescimento do engajamento em ações de responsabilidade social, dentro de uma agenda ESG”, destacou Tatiana Monteiro, presidente do Movimento União BR.

“Os dados mostram uma parcela muito expressiva da população afetada por desastres naturais, que têm se tornado cada vez mais intensos, e traz dados preocupantes, como a falta de preparação para esses eventos. Por outro lado, a pesquisa mostra não só um elevado grau de solidariedade na população brasileira, como uma disposição para ampliar essas ações”, afirma Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.

Impacto local

Na hora de doar, metade (52%) dos entrevistados prefere direcionar doações para causas em suas cidades ou região, em detrimento de causas de caráter nacional (28%). Para 16%, não importa o local e outros 3% não sabiam ou não responderam.

A gravidade e urgência da tragédia (43%) é a principal motivação para os entrevistados doarem, seguida por confiança na instituição que promove a campanha de arrecadação (28%) e indicação de amigo ou familiar (27%). Era possível escolher até duas opções.

Quando questionados sobre as instituições que promovem campanhas  para doações de vítimas de tragédias, as igrejas ou instituições religiosas (46%) são percebidas como mais confiáveis, seguidas pelo Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil (44%) e por ONGs (32%). Era possível escolher até 3 opções.

A pesquisa da Nexus revela ainda que a grande maioria (74%) dos brasileiros passa a confiar mais em empresas que atuam em respostas às vítimas de tragédias ambientais. Esse percepção é ainda maior entre quem tem de 25 a 40 anos (77%) e moradores do Sul (80%).

77% nunca se prepararam para desastres

Ao todo, 77% dos entrevistados disseram nunca ter feito alguma ação como reforçar a estrutura da casa, estocar alimentos, contratar seguro ou montar um kit de emergência para se preparar para tragédias. Outros 22% já tomaram alguma medida nesse sentido.

O indicador dos preparados sobe para 42% entre quem foi afetado por um desastre; 41% entre quem foi vítima e também conhece outras vítimas e 31% no grupo que apenas tem conhecidos que viveram esse tipo de situação.

A pesquisa da Nexus e do Movimento União Br também mostra que metade (50%) dos brasileiros não sabe onde buscar informações sobre como agir, incluindo serviços de resgate e locais seguros para se abrigar, caso aconteça uma situação de tragédia ou desastre natural na própria cidade. Outros 48% disseram saber e 2% não sabiam ou não responderam.

Quando questionados sobre a efetividade da atuação dos governos federal, estadual e municipal para prevenir tragédias naturais no Brasil, 42% têm uma avaliação negativa, sendo que 26% consideram as ações dos governantes pouco efetivas e 16% nada efetivas. Já 33% dizem ser “mais ou menos efetivas”, 14% avaliam como efetivas e 7% muito efetivas. Outros 5% não sabiam ou não responderam.

Metodologia

A Nexus entrevistou, face-a-face, 2.013 cidadãos com idade a partir de  16 anos, nas 27 unidades da Federação entre 29 de abril e 5 de maio de 2025. A margem de erro no total da amostra é  de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

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