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terça-feira, 02 de julho de 2024


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Petrópolis registrou 1.278 crimes contra a mulher em 2023

Centro de Referência de Atendimento à Mulher realizou mais de 900 atendimentos em 2024

Foto: Anete Lusina - Pexels
Foto: Anete Lusina - Pexels

Larissa Martins especial para o Diário

A Central 190 da Secretaria de Estado de Polícia Militar recebeu 1,2 mil chamados relacionados a casos de violência contra a mulher no ano de 2023, em Petrópolis. Os números foram contabilizados de janeiro a dezembro pelo 26º Batalhão de Polícia Militar. No estado, o índice é ainda mais alarmante. No mesmo período foram recebidos 57 mil chamados pela PM. Os dados foram contabilizados pela Coordenadoria de Sistema de Emergências da corporação.

Diariamente recebemos inúmeras ligações via 190 em nosso estado, e cada uma delas é verificada com muito cuidado e atenção. Salvamos vidas todos os dias graças ao número de emergência da Polícia Militar. Ele é de extrema importância no que tange a situações de emergências. É fundamental que a população confie no serviço e também no aplicativo 190, que está disponível em três línguas, afirma o coronel da PM do estado, Luiz Henrique Marinho Pires.

CRAM

De janeiro a junho de 2024, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) realizou mais de 900 atendimentos às vítimas de violência no município. Após a etapa de primeiro atendimento, registrando a denúncia, o Cram realiza o acompanhamento psicológico, jurídico e assistencial. A iniciativa é promovida através da Secretaria Municipal de Direitos e Políticas para as Mulheres (SecMulher).

Na criação da secretaria, prevemos uma Diretoria de Enfrentamento à Violência, que supervisiona os equipamentos voltados para atendimento à mulher em situação de violência e a interlocução destes com os demais dispositivos no que tange ao enfrentamento à violência de gênero. Fazendo a rede de atendimento ser mais conectada e capacitada para atender as mulheres em situação de violência comenta a secretária da SecMulher, Thaís Justen.

Desafios

A advogada Mayara Vasconcellos Lima, do escritório Lima Vasconcellos Advogados, aponta que dentre os maiores desafios enfrentados pelas mulheres ao denunciarem os agressores está o medo de retaliação. Muitas mulheres temem que os agressores se vinguem após a denúncia, colocando suas vidas e a de seus familiares em risco. Ou ainda, por vergonha, ao acreditarem que serão julgadas pela sociedade, ou até mesmo o sentimento de culpa por se permitirem estar naquela situação. Outras tem o receio de eventual exposição de sua vida e intimidade. Há casos em que a mulher vítima de violência doméstica é dependente financeiramente do agressor, o que a inibe, em razão de dada dependência, de realizar a devida denúncia. Por fim, podemos ainda destacar como fator preponderante e desencorajador da denúncia a ausência de uma rede de apoio familiar e social a mulher, observa.

Rede Mulher

O app Rede Mulher é uma ferramenta de apoio neste momento. Ele tem parceira com a Secretaria de Estado da Mulher, permitindo que as vítimas cadastrem uma solicitação de medida protetiva, tenham contato eletrônico direto com o número 190 da PM, façam um registro de ocorrência on-line (RO) e acessem informações sobre toda a rede de proteção à mulher existente no estado do Rio de Janeiro.

Além disso, o aplicativo conta com a funcionalidade Guardiões, que mantém o cadastro de uma rede de apoio com contato de até três pessoas que possam socorrer a vítima em uma situação de emergência.

As medidas protetivas de urgência são ordens judiciais que visam garantir a segurança imediata da vítima. O agressor pode ser obrigado a se afastar do lar e manter uma distância mínima da vitima, além de ser proibido de se comunicar com a vítima por qualquer meio. Se ele tiver porte de arma, este pode ser suspenso. Também há medidas que garantem a segurança dos filhos da vítima. O descumprimento delas pode resultar em prisão preventiva do agressor, salienta a advogada.

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