Edição anterior (4040):
terça-feira, 14 de outubro de 2025


Capa 4040

Petrópolis segue com baixa vacinação contra a influenza

Apenas 53,70% do público alvo (crianças, gestantes e idosos) foi imunizado

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação


Larissa Martins

Levantamento da Secretaria de Saúde aponta que a cobertura vacinal contra a influenza segue baixa em Petrópolis, alcançando apenas 53,70% do público alvo (crianças, gestantes e idosos).

A meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 90%, ainda não foi atingida, mas o percentual municipal ainda está acima da média nacional que é de 49,82%. Até o momento, foram aplicadas 91.989 doses.

A campanha contra gripe começou no dia 2 de abril apenas para o público prioritário, mas a vacina foi liberada para toda a população no dia 21 de maio.

Em 2025, ela passou a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação de rotina para crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e pessoas com 60 anos ou mais.

A vacina da gripe sofre constantes mutações, o que exige a atualização anual do imunizante. A versão deste ano é trivalente (fragmentado e inativado) e protege contra os vírus tipo A/H1N1, A/H3N2 e B.

Butantan confirma eficácia

A influenza é uma infecção respiratória viral aguda de elevada transmissibilidade. Especialistas do Butantan explicam que o imunizante protege principalmente crianças e idosos contra formas graves, hospitalizações e mortes e tem eficácia dentro de padrão estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Quando alguém fica gripado mesmo depois de tomar a vacina, pode parecer que o imunizante “não funcionou” e que ele não é eficaz. Mas isso não é verdade.

“Pense na vacina como um cinto de segurança, que não evita acidentes, mas protege dos piores ferimentos. Ou como um guarda-chuva, que te mantém muito mais seco durante a chuva do que se você estivesse sem nada”, explica o gestor médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan, João Miraglia.

Em termos gerais, a eficácia é quanto a vacina protege uma pessoa da gripe, ou seja, o quanto tomá-la pode diminuir as chances de ficar doente, ressalta o gestor médico.

Um imunizante pode ter eficácia menor do que 100%, e ainda assim ser altamente eficaz no combate a uma doença. “Não existe vacina ou medicamento com 100% de proteção porque a resposta imune varia de pessoa para pessoa, sobretudo por fatores como idade, condição de saúde e uso de medicamentos. Nem mesmo quando a pessoa contrai o vírus influenza ela fica 100% imune a ele”, afirma a gestora médica de Desenvolvimento Clínico do Butantan Carolina Barbieri.

A OMS aponta, em seu documento mais recente sobre o uso de vacinas contra a gripe sazonal, Vaccines against influenza: WHO position paper May 2022, que a imunização anual contra influenza deve ser a principal estratégia preventiva, sobretudo para casos graves e grupos de risco idosos, gestantes, crianças menores de 5 anos, pessoas com comorbidades (doenças cardíacas, pulmonares, renais, diabetes, HIV), trabalhadores da saúde, e pessoas imunossuprimidas.

Eficácia x Efetividade

A eficácia e efetividade são conceitos diferentes usados para avaliar vacinas. A eficácia é medida em estudos clínicos controlados, com voluntários divididos em grupos (vacinados e não vacinados), para verificar quanto a vacina previne a doença, hospitalizações e mortes. Esses estudos ocorrem em fases 1, 2 e 3 antes da liberação do produto.

Já a efetividade é avaliada na vida real, após a vacina ser aplicada na população em geral. Como há menos controle de variáveis, os resultados refletem a resposta da vacina em condições normais de uso.

Em adultos, a eficácia média da vacina da gripe varia entre 40% e 60%. Em crianças e idosos, essa resposta tende a ser menor por questões relacionadas a resposta imune nestas faixas etárias.

“Em crianças pequenas, o sistema imunológico está imaturo, em desenvolvimento. Já em idosos, as respostas imunológicas podem estar diminuídas por causa de um fenômeno chamado imunossenescência, que significa a queda das defesas imunológicas ocorrida com o avanço da idade”, esclarece Carolina Barbieri.

Outra questão que impacta na eficácia da vacina da gripe é a plataforma de vírus inativado. Vacinas de vírus vivos ou atenuados, como de sarampo e febre amarela, por exemplo, tendem a ter maior eficácia e proteção mais duradoura. Isso ocorre porque estas plataformas vacinais geram uma resposta imunológica mais potente. Por outro lado, as vacinas inativadas são consideradas altamente seguras para os grupos prioritários e são as únicas indicadas para gestantes, por exemplo.

“É importante ser vacinado durante a campanha, para já estar protegido durante os meses que temos o maior número de casos de gripe no Brasil, entre setembro e novembro na região Norte e entre abril e junho nas demais regiões. Quando deixamos para vacinar depois da campanha temos um benefício menor, mas ainda é importante tomar a vacina assim que for possível e sempre se revacinar todos os anos”, conclui João Miraglia.

Salas de Vacinação

A vacina está disponível para todos os públicos nas 16 salas do Município. Veja a lista:

Centro de Saúde Coletiva Professor Manoel José Ferreira;

UBS Morin;

PSF Alto da Serra;

UBS Quitandinha;

UBS Independência;

UBS Mosela;

UBS Araras;

UBS Itaipava;

UPH Posse;

UPH Pedro do Rio;

UBS Vicenzo Rivetti;

Ambulatório Escola (AMBE) de Cascatinha;

Ambulatório do Hospital Alcides Carneiro (HAC);

UBS Bairro da Glória;

UBS Retiro;

Centro de Saúde do Itamaraty.

*Com informações do Butantan

Edição anterior (4040):
terça-feira, 14 de outubro de 2025


Capa 4040

Veja também:




• Home
• Expediente
• Contato
 (24) 99993-1390
redacao@diariodepetropolis.com.br
Rua Joaquim Moreira, 106
Centro - Petrópolis
Cep: 25600-000

 Telefones:
(24) 98864-0574 - Administração
(24) 98865-1296 - Comercial
(24) 98864-0573 - Financeiro
(24) 99993-1390 - Redação
(24) 2235-7165 - Geral