Dados inéditos do Censo Demográfico, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira(3), trazem informações sobre Quilombolas e Indígenas pela primeira vez
Larissa Martins especial para o Diário
Pela primeira vez na história do país, o Censo Demográfico investigou a população quilombola e indígena e suas características demográficas, geográficas e socioeconômicas, obtendo informações fundamentais para aprofundar o conhecimento e orientar políticas públicas.
Segundo os dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (3), em Petrópolis, 75,41% das pessoas quilombolas vivem em terras demarcadas, ou seja, reconhecidas pela União e destinadas à preservação da cultura. Outras 24,59% não vivem em territórios oficialmente delimitados. Essa parte da população representa apenas 0,02% do total dos moradores da cidade. Ou seja, há 61 pessoas quilombolas e 14 domicílios particulares permanentes ocupados.
Sexo, idade e envelhecimento
Os dados do Censo 2022 trazem também o sexo, a idade mediana da população e o índice de envelhecimento, um indicador que relaciona dois grupos de idade extremas e pode ser construído com diferentes recortes etários. Nesse caso, foi utilizado o número de pessoas com 60 anos ou mais em relação a um grupo de 100 pessoas de até 14 anos. O resultado do índice foi 90.00, ou seja, há 90 pessoas de 60 anos ou mais para cada 100 pessoas de até 14 anos. A idade mediana dos quilombolas é de 34 anos. O total da população da cidade tem índice de envelhecimento de 129,09. Além disso, há 84 homens a cada 100 mulheres.
População Indígena
Outros números relevantes apresentados pelo Censo 2022 são sobre a população indígena. Em Petrópolis existem 177 indígenas e todos estão vivendo fora de suas terras demarcadas. Estes representam 0,06% da população total. O Censo 2010, realizado anteriormente, apontou que, na época, havia 208 pessoas Indígenas morando no município. Sendo assim, houve queda de 14% no número.
Outros dados do Censo 2022 mostram que o índice de envelhecimento da população Indígena é de 252.94, ou seja, há 252 pessoas de 60 anos ou mais para cada 100 pessoas de até 14 anos. A idade mediana deste público é de 43 anos e há 78 homens a cada 100 mulheres.
Quilombolas no Brasil
Em relação ao cenário nacional, apenas 12,6% da população quilombola reside em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, enquanto o demais (87,4%) estão fora desses territórios. O total da população do país tem índice de envelhecimento de 80,03, enquanto a população quilombola tem um índice de envelhecimento de 54,98.
A idade mediana apurada no Censo 2022 é de 31 anos, quatro anos abaixo da idade mediana da população total residente no Brasil, que foi de 35 anos. Considerando os quilombolas que residem dentro de Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, a idade mediana cai ainda mais, para 28 anos. Já os quilombolas que não residem nesses territórios mantém a idade mediana de 31 anos. Já a razão de sexo do grupo é de 100 homens para 100 mulheres.
Indígenas no Brasil
No país, 75,03% dos indígenas residem em territórios oficialmente delimitados, enquanto 24,97% estão fora desses territórios. Eles apresentam uma idade mediana de 25 anos, que é 10 anos abaixo da idade mediana da população residente no Brasil. Quando residem dentro de Terras Indígenas, têm uma idade mediana de 19 anos, ou seja, 16 anos abaixo da idade mediana da população residente no país. Por outro lado, as pessoas indígenas residentes fora de Terras Indígenas, têm uma idade mediana de 30 anos.
A razão de sexo da população indígena é 97 homens indígenas a cada 100 mulheres. O índice de envelhecimento é de 35,55, o que indica que há 35 indígenas de 60 anos ou mais para cada 100 pessoas indígenas de idade até 14 anos no país.
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