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Petrópolis tem baixa adesão às vacinas infantis

Apenas três das 16 vacinas atingem a meta nacional de vacinação; especialista reforça a importância da imunização para proteger a saúde coletiva

Foto: Freepik
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Emanuelle Loli - estagiária

Em Petrópolis, a cobertura vacinal de crianças de 0 a 14 anos para alguns imunizantes importantes na prevenção de doenças já erradicadas no Brasil está abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Entre os dados analisados, apenas três dos 16 imunizantes alcançaram ou superaram a meta. A vacina BCG, a vacina contra a Hepatite B aplicada em recém-nascidos com menos de 30 dias de vida e a Tríplice Viral.

A situação não é exclusiva do município. De acordo com o Anuário VacinaBR 2025, elaborado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC) com apoio da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e parceria do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), desde 2015, o Brasil vê uma queda na cobertura vacinal infantil. No ano de 2023, nenhum estado atingiu as metas de cobertura vacinal.

Atualmente, em Petrópolis, 13 das 16 vacinas destinadas a crianças de 0 a 14 anos apresentam cobertura vacinal abaixo do esperado. A situação mais crítica é a da vacina contra a Covid-19, com apenas 4,13% de cobertura, frente à meta de 95%. Entre as vacinas com meta de 95%, os índices registrados também ficaram abaixo do ideal: Febre Amarela (74,53%), Hepatite A (77,97%), Hepatite B (76,11%), Meningocócica C no primeiro reforço (90,27%), Pentavalente (76,01%), Pneumo 10 no primeiro reforço (90,95%), Poliomielite injetável no reforço (82,1%), Varicela (75,22%) e Meningocócica ACWY (83,57%).

Já entre as vacinas cuja meta é de 90%, os percentuais também ficaram aquém do esperado: a vacina contra o Rotavírus alcançou 76,3%, a do HPV ficou em 81,99% e a Influenza (para crianças) atingiu apenas 48,03%. Os dados referentes a cobertura vacinal do município foram disponibilizados pela Prefeitura.

Para Priscilla Feleppa, infectologista pediátrica, responsável técnica da clínica de vacinação Imune Itaipava e professora de pediatria da Unifase/FMP, a vacinação é uma das maiores conquistas da saúde pública que erradicou várias doenças existentes antes dos imunizantes.

“Vacinar é um ato de responsabilidade coletiva. Quando uma criança é vacinada, ela não só está sendo protegida contra doenças graves, como também contribui para impedir a circulação desses agentes infecciosos na comunidade, ajudando a proteger inclusive aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde”, disse.

E se alguma vacina estiver atrasada?

“É comum que, em meio à rotina agitada, algumas famílias percam os prazos das vacinas. Porém, é importante saber que mesmo atrasadas, as vacinas devem ser aplicadas. Não há necessidade de reiniciar o esquema o calendário é apenas ajustado conforme as orientações dos profissionais de saúde. O ideal é procurar a unidade de saúde mais próxima com a caderneta de vacinação em mãos. O profissional irá avaliar quais doses estão faltando e organizar o plano de atualização. O que não pode é deixar de vacinar por achar que "já passou do tempo", informou a médica.

Segurança das vacinas

De acordo com Priscila, as vacinas utilizadas no Brasil são submetidas a rigorosos testes que garantem sua qualidade, eficácia e segurança. Os efeitos colaterais graves são muito raros. Quando há reações, elas costumam ser leves, como febre baixa, dor no local da aplicação ou um leve mal-estar temporário.

“A hesitação vacinal, alimentada por desinformação ou fake news, representa um risco à saúde coletiva. Por isso, é fundamental buscar fontes confiáveis e seguir as orientações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria”, disse.

Onde as 16 vacinas estão disponíveis

Ambulatório Escola
Centro de Saúde Coletiva Professor Manoel José Ferreira
Ambulatório do Hospital Alcides Carneiro
PSF Alto da Serra
PSF Posse
UBS Alto independência
UBS Araras
UBS Bairro da Glória
UBS Itaipava
UBS Itamaraty
UBS Morin
UBS Mosela
UBS Quitandinha
UBS Retiro
UBS Vicenzo Rivetti
UPH Pedro do Rio


“Se você é pai, mãe ou responsável, mantenha a caderneta de vacinação da criança em dia. Fique atento aos prazos, tire dúvidas com profissionais de saúde e ajude a manter o Brasil livre de doenças que já podemos evitar”, concluiu Priscilla.

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*Os dados da cobertura vacinal municipal foram fornecidos pela secretaria municipal de saúde. Os dados são referentes até o dia 31/07/2025. A meta vacinal está disponível no painel do ministério da saúde sobre cobertura vacinal - residência.

Perguntada a respeito do motivo da cobertura vacinal estar abaixo da meta nacional e quais medidas estão sendo tomadas para atingir a meta, a prefeitura de Petrópolis informou que vem promovendo ações para sensibilizar a população sobre a importância da vacinação. E que ressalta que algumas vacinas, como a meningocócica, o município atingiu a meta estipulada pelo Ministério da Saúde (MS).

“Neste segundo semestre, mais ações serão realizadas para aumentar a cobertura vacinal. A Prefeitura ressalta ainda que a redução da cobertura vacinal acontece em todo o país, devido ao aumento de fake news e desinformação sobre a importância das vacinas”.

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