Entre 21 de junho e essa quarta (04/09), cidade teve 16 dias com chuva, com acumulado de 108 mm
O inverno é, historicamente, o período mais seco do ano. E 2024 vem comprovando a regra, mas de maneira ainda mais intensa. Levantamento feito pelo Diário sobre dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostra que, neste ano, o número de dias e o volume de chuva registrado na cidade é menor do que na comparação com os dois últimos anos.
Dos 77 dias entre 21 de junho (quando o inverno começou) até essa quarta-feira (04/09), Petrópolis teve chuva em apenas 16 datas. O acumulado de chuva no período é de 108 mm.
Em 2023, que teve o inverno mais quente desde 1961, segundo Inmet, a cidade teve 145,4 mm de chuva em 39 dias. Em 2022, foram 240 mm no acumulado de 24 dias de chuva.
Os dados disponibilizados são coletados na estação meteorológica do Pico do Couto, que fica instalada no Rocio.
Menos chuva era esperado e provoca consequências
A redução da chuva nesse período não é novidade, tanto que o próprio Inmet havia projetado esse cenário antes do início do inverno: "A redução das chuvas em grande parte do País nesta época do ano acontece devido à persistência de massas de ar seco, que ocasionam a diminuição da umidade relativa do ar", alerta o órgão.
Essa situação tem acontecido em Petrópolis especialmente nos últimos dias. A última chuva com mais volume, segundo o Inmet, foi no dia 26 de agosto, com 32,2 mm, depois de 15 dias de secura (22,4 mm no dia 11 e 16,8 mm no dia 10). Nas outras quatro datas com registro de chuva pela estação do Pico do Couto, o volume foi inferior a 3 mm.
Por isso, só nesta semana, Petrópolis entrou duas vezes na área com alerta para baixa umidade entre 30% e 20%, quando o ideal é pelo menos 60%.
As consequências são várias: maior risco de incêndios florestais - boletim da Defesa Civil municipal indicou risco alto em todos os distritos nessa quarta; aumento de doenças respiratórias; piora da qualidade do ar; redução dos mananciais de abastecimento.
Sobre esse último ponto, o Diário procurou a Águas do Imperador nessa quarta e questionou sobre o nível dos mananciais, mas a concessionária não deu detalhes da situação atual. Em nota, a empresa informou apenas que "está tomando todas as medidas necessárias para minimizar os impactos para a população durante o período de estiagem e orienta que os moradores façam o uso consciente da água".
Entre as medidas que podem ajudar a economizar água estão: reduzir a duração de banhos, fechar a torneira ao escovar os dentes, fazer a barba e lavar a louça, não limpar calçadas com uso de mangueira, verificar e corrigir eventuais vazamentos, lavar mais roupas ao mesmo tempo (reduzindo a quantidade de vezes que a máquina será usada).
Veja também: