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Petrópolis teve 28 homicídios em 2022, revela Ipea

Quantidade de assassinatos ocultos no Brasil equivale à queda de 160 boeings lotados, sem sobreviventes, estima Atlas da Violência 2024

Foto: Arquivo
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Larissa Martins especial para o Diário

O Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revela que Petrópolis registrou 28 homicídios em 2022. A taxa por 100 mil habitantes é de 10,0. A cidade foi considerada de tamanho médio por ter 278.881 mil moradores na época, segundo o Censo Demográfico.

Os números são provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde (MS), que correspondem aos óbitos causados por agressões somados às intervenções legais.

Homicídio oculto

O levantamento aponta que dos 28, uma morte violenta foi considerada oculta, na cidade. Esses são os óbitos classificados no SIM/MS como mortes violentas com causa indeterminada (MVCIs), mas consideradas como homicídios, ainda assim. Ou seja, as autoridades não puderam ou não souberam estabelecer a causa correta.

O estudo mostra ainda que no Brasil, as estatísticas oficiais registraram 46.409 homicídios em 2022, uma taxa de 21,7 por 100 mil habitantes. No entanto, o Atlas afirma que esse número é subestimado, devido à grande quantidade de mortes violentas com causa indeterminada ocorridas no país. Os autores do estudo estimaram 52.391 homicídios em 2022, somando a quantidade de casos oficialmente registrados com os que ficaram ocultos.

Queda de 160 boeings

Entre 2012 e 2022, 131.562 pessoas morreram de forma violenta sem que o Estado conseguisse identificar a causa básica do óbito, afirmam os autores. Esse fenômeno aumentou consideravelmente em 2018 e 2019. Usando um método de aprendizado de máquina, os autores do Atlas da Violência 2024 estimaram 51.726 homicídios ocultos no total de MVCI de 2012 a 2022. Com isso, as estatísticas oficiais saltariam de 609.697 para 661.423 no mesmo período. Apenas entre 2019 e 2022, foram 24.102 homicídios ocultos no Brasil, o que equivale à queda de 160 boeings lotados, sem sobreviventes

Para que possamos entender melhor a magnitude do problema, o número total de homicídios ocultos nesses 10 anos foi maior do que todos os homicídios que ocorreram no último ano analisado, explica Daniel Cerqueira, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e coordenador do Atlas.

Mudança nos indicadores

Cerqueira ressalta que a inclusão desses homicídios ocultos na análise muda significativamente os indicadores de algumas Unidades da Federação. São Paulo é o caso mais extremo: em 2022, enquanto a taxa de homicídios registrados era de 6,8 por cem mil habitantes, a taxa estimada de homicídios registrados e ocultos passa para 12 por cem mil. Com isso, o estado deixa de ser a UF menos violenta do país e é ultrapassada por Santa Catarina e Distrito Federal. O Rio de Janeiro, da mesma forma, pula da 7ª para a 10ª posição entre os estados menos violentos.

O estudo completo pode ser acessado no site do Ipea ( https://www.ipea.gov.br/portal/ ).

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