Emanuelle Loli - estagiária
Cercada por belíssimas montanhas, parques e cachoeiras, Petrópolis é um excelente lugar para os amantes da natureza. De acordo com dados da Secretaria Municipal de turismo, o município é cercado 70% pela Mata Atlântica e tem cerca de 200 km de trilhas, tornando-se um destino ímpar para os apreciadores do ecoturismo. Um dos destinos mais conhecidos é o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), pela sua diversidade de atrações.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), o Parque é o terceiro mais antigo do país e, além de possuir cachoeiras exuberantes, é um dos melhores locais do Brasil para se praticar esportes de montanha, como caminhada, escalada, rapel, dentre outros. Além disso, ele é um lugar de preservação, onde são mais de 20 mil hectares protegidos nos municípios de Petrópolis,Teresópolis, Guapimirim e Magé e mais de 3.500 espécies de plantas e animais catalogados pela ciência.
O Parnaso contém diversos tipos de níveis de dificuldade nas trilhas, desde as suspensas, as acessíveis para cadeirantes e até a famosa travessia Petrópolis x Teresópolis, com 30 km de subidas e descidas.
Para Matheus Reis, guia de ecoturismo há mais de 5 anos, Petrópolis é um lugar privilegiado quando o assunto é natureza e biodiversidade. Nascido e criado no bairro do Bonfim, onde se localiza o Parnaso, o amor pela natureza foi se despertando desde a infância. “Sem dúvidas Petrópolis é um lugar muito privilegiado em sua natureza e biodiversidade, sendo um grande remanescente de Mata Atlântica conservada, por conta disso se torna um lugar excelente para prática do ecoturismo, montanhismo, observação de aves e qualquer outra atividade que envolva a natureza”, afirmou.
Para ele, o Ecoturismo no município é uma ferramenta de transformação, tanto no olhar do turismo quanto na promoção de boas práticas, sustentabilidade e educação ambiental.
Matheus alerta para importância do guia, principalmente em trilhas mais pesadas como a Maria Comprida que se encontra em Araras, a Travessia Cobiçado x Ventania na região do Caxambu e a Travessia Petrópolis x Teresópolis que se inicia na localidade do Bonfim, por conta de suas dificuldades, especificidades, logísticas e principalmente pela segurança.
O estudante em astronomia Eric Abreu, movido pelo seu amor pela natureza, fez a travessia Petrópolis x Teresópolis duas vezes, a primeira sendo em julho de 2019 e a segunda em agosto de 2023. Ele conta que suas experiências com a travessia foram desafiadoras, principalmente na primeira vez devido ao frio e ao seu pouco preparo físico. “A primeira vez, fomos eu, meu primo, meu tio e um guia. Lembro que estava bastante frio e eu não tinha preparo físico adequado, não fazia academia e também não tinha os equipamentos que geralmente o pessoal tem, mas mesmo assim, a experiência foi muito boa, gostei de fazer aquilo. Já a segunda eu estava melhor preparado fisicamente falando, e não tivemos tantas dificuldades”, afirmou.
Além do Parnaso, Petrópolis conta com lugares incríveis para os que gostam de se aventurar. “Outras regiões da cidade também proporcionam belezas e vivências únicas, como a região de Araras, Caxambu, Secretário entre outras, todas com diversas trilhas e cachoeiras”, comentou o guia.
Impactos ambientais
Para Matheus, que tem contato com o bioma diariamente, os impactos ambientais são evidentes nas trilhas de Petrópolis. “É extremamente perceptível como as alterações climáticas afetaram nas estações do ano, interferindo na sazonalidade das plantas, também podemos observar como as espécies de animais que vivem nessas áreas naturais diminuem e sofrem com essas alterações, além de diversos impactos no clima, na temperatura nas chuvas e tudo mais”, afirmou.
Dicas para quem quer começar o Ecoturismo
O guia ainda dá dicas para as pessoas que querem começar no turismo ecológico. “A primeira dica que daria é buscar profissionais que sejam capacitados e engajados na área, isso vai enriquecer demais sua experiência. Além disso, busque informações e orientações para se beneficiar das experiências do ecoturismo gerando o mínimo impacto possível e desfrute do que a natureza nos proporciona. Somos todos um!”, concluiu.
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