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Polícia Civil indicia professores em atos considerados racistas em roda de samba

Investigação foi realizada pela Decradi, unidade especializada no combate a crimes de preconceito

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou, nesta quarta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, dois professores um brasileiro e uma argentina pelo crime de racismo. Os dois foram gravados em julho, em atitude considerada racista em uma roda de samba, na Região Central do Rio de Janeiro.

A investigação começou imediatamente após a notícia do crime. A equipe da Decradi analisou as imagens e ouviu testemunhas, além dos autores. O relatório, que será enviado para o Ministério Público, aponta que os atos são graves.

- O ato praticado associou negativamente indivíduos ou grupos, especialmente em relação à população negra, uma vez que esse comportamento é carregado de uma história de racismo, já que a comparação entre pessoas negras e macacos foi amplamente usada para desumanizá-los e discriminá-los ao longo da história", destaca a conclusão do inquérito.

O relatório diz ainda que, mesmo considerados como "brincadeiras", esses comportamentos podem perpetuar traumas e desigualdades sociais, ferindo a dignidade de pessoas, o que torna imprescindível a necessidade de conscientizar e educar a sociedade sobre os impactos históricos e emocionais de tais ações. O crime, de acordo com a legislação vigente, é inafiançável e imprescritível.

Unidade especializada

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância é uma unidade importante da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) no combate ao preconceito. Criada há pouco mais de cinco anos, ela é parte do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e tem o papel de investigar os crimes, mas também de atuar na conscientização da população. A Decradi tem grande interlocução com outras secretarias, órgãos, entidades e grupos em vulnerabilidade.

Desde sua criação, a delegacia já investigou mais de 500 casos de crimes raciais. A unidade também apura denúncias de intolerância religiosa, LGBTfobia e xenofobia.

As vítimas de preconceito que desejarem realizar o registro de ocorrência podem procurar a sede da Decradi, na Rua do Lavradio, 155, no Centro do Rio. Há a possibilidade também de comunicar os crimes em qualquer delegacia distrital do estado ou por meio da Delegacia On-line, para maior comodidade do cidadão. Todos os fatos são apurados, a fim de responsabilizar criminalmente os autores.

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