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terça-feira, 24 de junho de 2025


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Polícia Civil realiza operação contra monopólio ilegal de internet por facção criminosa

Agentes cumprem mandados de busca e apreensão no Rio, Duque de Caxias, São Gonçalo e Cabo Frio

Foto: Pixabay
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O Governo do Estado, por meio da Polícia Civil, realiza, nesta terça-feira (24/06), a  "Operação Cabo de Guerra", para desarticular um esquema criminoso de monopólio forçado de serviços de internet em comunidades dominadas pela maior facção do estado. A ação é da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e da 21ª DP (Bonsucesso) e conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE). Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São Gonçalo e Cabo Frio. A operação busca apreender documentos, mídias digitais, equipamentos de rede e registros financeiros capazes de comprovar os crimes praticados e ampliar o mapeamento da rede criminosa.

As investigações revelaram que provedores clandestinos, com suporte logístico e operacional da facção, vinham impondo seus serviços de forma coercitiva e violenta à população, mediante sabotagem de redes concorrentes, ameaças a moradores e comerciantes e utilização de equipamentos furtados e veículos descaracterizados para atuação ilícita. Equipes documentaram em vídeo e fotografias a ação de "operários" destruindo cabos de fibra óptica de provedores legítimos em Jardim Primavera, Duque de Caxias. Os envolvidos estavam vinculados a empresas apontadas como instrumentos do esquema.

Na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, novos flagrantes indicaram que uma empresa estava retirando concorrentes à força. Um veículo da organização foi observado em patrulhamento irregular pela região, sempre associado a zonas onde provedores rivais tinham sido silenciados. Em outro ponto investigado, foi localizado um depósito contendo equipamentos de rede furtados, além de peças automotivas de procedência duvidosa. A análise patrimonial identificou a aquisição de veículos provenientes de leilões de seguradoras, tática comum para dificultar o rastreio e camuflar bens utilizados em crimes.

A estrutura criminosa era composta por uma divisão clara de tarefas, desde a execução operacional, passando pela logística de sabotagem, até o controle territorial da oferta de internet. Essa configuração se enquadra como organização criminosa, além dos crimes de interrupção ou perturbação de serviço de telecomunicações, receptação e lavagem de dinheiro.

O controle criminoso sobre a infraestrutura de internet em comunidades fere o direito fundamental à comunicação, ao acesso à informação e à cidadania digital. Ao impedir a atuação de empresas legítimas, o crime exclui populações inteiras de serviços básicos de conectividade, essenciais para estudo, trabalho, acesso a serviços públicos e liberdade de expressão. Além disso, ao eliminar concorrentes à força, esse modelo distorce o mercado, aumenta os preços e submete moradores a serviços precários e sem qualquer regulação ou proteção legal, favorecendo o lucro de facções criminosas e a perpetuação de sua influência territorial.

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