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Postura e peso da mochila: orientações para evitar problemas na coluna em crianças e adolescentes

Foto: Freepik
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Bruna Nazareth

Provavelmente, você, como pai ou mãe, já deve ter reparado que as crianças carregam muitos itens na mochila ao irem para a escola. É estojo, lancheira, cadernos, livros, garrafinha de água, brinquedos e muito mais. Esse excesso de peso pode causar dores nas costas e, se nada for feito, problemas mais graves podem surgir no futuro.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 85% da população mundial adulta sente ou já sentiu dores nas costas, e que 70% dos problemas de coluna nesta fase tem como causa o efeito cumulativo do excesso de peso e esforço repetitivo na adolescência. Sendo assim, é fundamental que os responsáveis estejam atentos e tomem algumas precauções, especialmente com a volta às aulas.

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) alerta que uma mochila não pode pesar mais de 10% do peso da criança, reforçando que esse excesso pode causar problemas não só na infância, mas repercutir na vida adulta. Diante disso, a entidade recomenda algumas medidas essenciais para evitar danos à coluna, como:

Organizar a mochila: distribuindo o peso de forma equilibrada e colocando os objetos mais pesados no centro e próximos às costas.

Transportar apenas o necessário: evitando carregar livros e itens que não serão usados no dia.

Agachar corretamente: ao dobrar o joelho ao invés de inclinar as costas, especialmente ao levantar objetos pesados ou carregar a mochila.

Prepare o corpo

A fisioterapeuta e coordenadora do curso de Fisioterapia da Estácio Petrópolis, Claudia Lomba, afirma que, embora a recomendação de que o peso da mochila não ultrapasse 10% do peso corporal não tenha uma comprovação científica, essa exposição a carga na coluna acontece naturalmente à medida que a criança cresce e sua mochila se torna mais pesada.

“Mais importante do que se preocupar no peso da mochila é entender que a coluna não é frágil como muitos pensam, o que ela precisa é de uma exposição gradativa para se adaptar a uma determinada carga. Isso quer dizer que quando a criança começa a frequentar a escola, aos poucos ela vai adaptando a carga de forma gradativa, pois inicialmente a quantidade de carga que ela carrega na mochila é menor e vai aumentando gradativamente. Com isso, vai preparando as estruturas da coluna para suportar cargas maiores conforme vai passando para outras demandas de carga de acordo com a necessidade”

Dessa forma, fortalecer a musculatura por meio da prática de exercícios e hábitos adequados é crucial para preparar o corpo para o peso da mochila,  reduzindo os danos à coluna.

“Está mais que comprovado que o que causa dor nas costas é a falta de atividade física associada a outros fatores biopsicossociais como distúrbios do sono, estresse e dentre outros. Portanto, os pais devem se preocupar muito mais em manter a criança ativa com  esportes e atividades de lazer que exijam esforço físico para que as estruturas musculoesqueléticas sejam estimuladas e fortalecidas para suportar as necessidades do dia a dia sem dor”, frisa.

Mochilas de rodinhas ou de alças?

Para evitar problemas na coluna, alguns responsáveis optam por mochilas de rodinhas para suas crianças, aliviando assim a carga sobre as costas. Contudo, segundo a especialista, não é necessário investir nesse estilo de mochila, pois isso pode impedir o fortalecimento da coluna e torná-la mais propensa a dores.

“O que acontece é que a informação não científica faz com que as pessoas acreditem que a mochila é uma vilã para dor nas costas e isso acaba fazendo com que elas gastem fortunas com mochilas de rodinha para “proteger " a coluna. Ficar "super protegendo" o corpo não é o correto, pois isso sim pode gerar dor nas costas devido a falta de preparo quando uma atividade do dia exigir um pouco mais de esforço”

Entretanto, uma alternativa recomendada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, que os pais podem reforçar com as crianças, é optar por mochilas com alças largas, de no mínimo 4 centímetros, além de orientá-las a nunca carregar a mochila em apenas uma alça, para evitar problemas como a escoliose. Também é importante ajustar as alças para que a mochila fique bem encostada ao corpo, com a base posicionada com cerca de cinco centímetros acima da linha da cintura, garantindo uma distribuição uniforme do peso.

*Com informações da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

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