Edição anterior (3581):
sábado, 31 de agosto de 2024


Capa 3581

Principal acusado confessa assassinato de Anic Herdy

Defesa de Lourival Fadiga afirmou que ele assumiu que matou advogada no mesmo dia do desaparecimento dela

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Rômulo Barroso - especial para o Diário

O principal acusado pelo desaparecimento de Anic de Almeida Peixoto Herdy, o técnico de informática Lourival Correa Netto Fadiga, confessou que matou a advogada e estudante de psicologia. A informação foi dada pela defesa dele, que realizou uma coletiva de imprensa na manhã dessa sexta-feira (30/08), em Copacabana.

De acordo com a advogada Flávia Froés, Lourival assumiu o assassinato dela, que foi cometido no mesmo dia do desaparecimento, em 29 de fevereiro, segundo ele mesmo contou. A defesa dele informou que quer negociar um acordo de delação premiada com o Ministério Público com objetivo de revelar o mandante do crime.

Antes da confissão, Lourival era acusado de extorsão mediante sequestro. Dois filhos dele - Henrique Vieira Fadiga e Maria Luíza Vieira Fadiga - e uma amante - Rebecca Azevedo dos Santos - também estão presos, acusados de envolvimento no desaparecimento. Na coletiva de imprensa, a defesa de Lourival afirmou que a confissão foi feita "para desvincular outras três pessoas que não participam" do crime.

A defesa ainda falou, diversas vezes, que Fadiga pode apontar o local exato onde ela foi morta, onde é possível coletar vestígios do crime.

"A pretensão dele (Lourival) é, havendo ou não um acordo de colaboração com o Ministério Público, levar tudo à Procuradoria de Justiça, tendo em vista que as tratativas não evoluíram com o promotor da causa. Ainda que não haja um acordo de colaboração premiada, é a intenção do Fatica (um dos apelidos de Lourival) já esclarecer isso, levar a polícia, a Justiça, a imprensa, ao local onde os fatos se deram, onde vai se poder apurar com solar clareza, com uso de técnicas periciais da polícia científica, vai se apurar plenamente que Anic morreu naquele local", disse a advogada Flávia Froés.

Vale dizer que, desde a divulgação do caso, em maio, a delegada da 105ª DP (Retiro), Cristiana Onorato Miguel, já informava que uma das linhas da investigação era a possibilidade dela ter sido assassinada.
Sobre a questão do mandante, Froés afirmou que o cliente escreveu uma carta na prisão relatando o crime e apontando o mandante.

"Dependemos de uma tratativa com o MPRJ para entregar este documento. O Lourival se predispõe a ir no local para mostrar à polícia onde está o corpo", afirmou a advogada.

O Ministério Público confirmou ao G1 que estava negociando uma delação, "mas o MPRJ e a parte não chegaram a um acordo sobre os benefícios que poderiam ser aplicados ao caso concreto". "Caso novas provas sejam apresentadas de maneira espontânea, serão validadas e, se for o caso, consideradas, fora do âmbito de uma colaboração premiada".

Relembrando o caso

Anic desapareceu no dia 29 de fevereiro, depois de deixar o carro dela em um shopping e sair andando pela Rua Teresa, como mostraram imagens de câmeras de segurança. Ela entrou no carro de Lourival que passava pelo local. Eles mantinham um relacionamento amoroso, que foi descoberto pela Polícia e confirmado nessa sexta na coletiva de imprensa.

No mesmo dia do desaparecimento, o marido dela, Benjamin Cordeiro Herdy, recebeu mensagens dizendo que ela havia sido sequestrada e pedindo o valor de R$ 4,6 milhões pelo resgate. A investigação da Polícia Civil revelou que as mensagens foram enviadas pelo próprio Lourival.

Parte desse valor foi pago em depósitos para contas de doleiros e de empresas, outra em forma de bitcoins e ainda em dinheiro. Esta última deveria ser entregue no dia 10 de março, em um shopping no Rio, onde ela seria libertada. No entanto, durante o trajeto, Lourival disse para o marido de Anic que havia recebido outra orientação: ele deveria entregar o dinheiro em uma comunidade e Benjamin esperar a esposa no shopping.

Mas ao invés disso, a Polícia Civil conseguiu comprovar que ele levou o dinheiro para uma concessionária, onde comprou, à vista, uma picape de R$ 500 mil e uma moto de R$ 30 mil.

Só depois disso que uma das filhas decidiu procurar a 105ª DP (Retiro) para registrar o desaparecimento, no dia 14 de março. As investigações aconteceram de forma rápida e, apenas seis dias após a comunicação à Polícia Civil, Lourival, os dois filhos e a amante foram presos.

De lá para cá, a Polícia chegou a fazer buscas em um sítio em Guapimirim, sem sucesso. Uma parte do valor entregue para o resgate foi recuperada e devolvida à família.

A ação penal corre na 2ª Vara Criminal de Petrópolis.

Edição anterior (3581):
sábado, 31 de agosto de 2024


Capa 3581

Veja também:




• Home
• Expediente
• Contato
 (24) 99993-1390
redacao@diariodepetropolis.com.br
Rua Joaquim Moreira, 106
Centro - Petrópolis
Cep: 25600-000

 Telefones:
(24) 98864-0574 - Administração
(24) 98865-1296 - Comercial
(24) 98864-0573 - Financeiro
(24) 99993-1390 - Redação
(24) 2235-7165 - Geral