Gabriel Miranda especial para o Diário
O trabalho de ONGs e associações de proteção aos animais tem sido cada vez mais divulgado nas redes sociais. Mas, também existem pessoas que realizam essas ações de maneira independente e que se empenham nesse resgate de animais abandonados nas ruas. Carlos Melol atua nesse trabalho desde 2007 na cidade. O protetor já resgatou mais de mil animais e atualmente na sua casa são mais de 30 cachorros e gatos, que ele retirou das ruas.
Carlos Melol contou ao Diário que começou na causa para proteger os animais quando ganhou o seu primeiro cachorro rejeitado, após a morte do seu antigo pet. Eu trouxe um cão da raça fila para cá e acabei descobrindo na clínica que ele tinha um câncer. Ele morreu gritando de dor pouco tempo depois que descobri que estava doente. Quando ele passou por isso, fiquei sem saber o que fazer e não tinha o que fazer mesmo. Fiquei sem cachorro e estava triste. Aí tinha uma mulher que era minha vizinha que tinha dois cachorros, um pastor e um husky siberiano. Ela amava o pastor, mas não gostava muito do outro, porque achava um cachorro difícil. Fui e falei, dá ele para mim, que cuido dele. Peguei ele e ali começou a minha trajetória. Foi o primeiro cachorro que peguei rejeitado por alguém. Nesse momento, percebi que tinha que me dedicar a essa causa de auxiliar e resgatar os cachorros de rua ou até mesmo outros animais. Durante todos esses 17 anos na cidade, já foram mil animais ou mais, disse.
Ele diz que tem 30 cachorros na sua casa, tirados da rua. Então a situação é bem complicada mesmo, pois não tenho uma condição financeira grande e faço isso para ajudar eles, então algumas leis sobre isso poderiam ser implementadas, para evitar que pessoas continuem abandonando animais. Mas como você obriga uma pessoa a fazer alguma coisa relacionada a isso? É só você ver as diversas leis que você tem que obedecer. Se você roubar, você vai preso, então você é obrigado a não roubar. Tem um monte de coisa que é obrigado. Então, pensando nesse sentido, poderia ter mais leis para proteger esses animais que vão muitas vezes para a rua, pois os donos só os deixam lá, por falta de condições financeiras ou até mesmo espaço nas suas casas, explica.
O protetor de animais complementa dizendo que, hoje em dia, é difícil você criar alguma coisa. São milhões de pessoas do mundo inteiro pensando sobre o mesmo propósito, ajudar os animais. Essa bandeira, hoje em dia, é universal e o crescimento tem sido bem grande nos últimos anos. Por exemplo, se você entrar na Holanda, Portugal, Suécia, Suíça, não tem cachorro na rua, basicamente. Porque eles têm leis severas que funcionam sobre isso. Essas regras que eles fizeram lá fora para as pessoas cuidarem dos animais fez com que muitas pessoas não abandonem os seus animais e ainda têm multas pesadas para aqueles que não respeitam. As leis funcionam porque as multas têm valores bem altos, têm fiscalização. Desde que tenha boa vontade para fazer isso, as coisas vão funcionar e, se você tem a voz ativa e lute para dar certo, eu acho que você tem uma chance de conseguir alguma coisa. É o que eu penso. Então, assim, uma lei que eles colocaram lá, por exemplo, obriga o cidadão a castrar os seus animais. As pessoas que não têm condições financeiras, eles vão lá e dão a castração. Mas é firme. Não tem história. Tem que mostrar a documentação que comprove que você não tem condição e se você for uma pessoa com dinheiro, você acaba sendo multado se não realizar, acrescenta.
Ajuda e animais resgatados
Carlos explica que ele não tem uma parceria ao certo com clínicas. Não é bem assim que funciona. Até porque tem dias que eu pego, aí uma das clínicas não pode e aí a outra pode, aí eu levo. Mas, no geral, eu tenho que dar meus pulos e sempre estar correndo atrás do dinheiro do exame e essas coisas, então a luta é bem grande. Pensando assim, tem os objetivos finais de tudo isso e as ideologias em que você acredita, pois defendo a bandeira dos animais e gostaria de conseguir trazer para Petrópolis, algumas leis que funcionam para retirar esses animais abandonados das ruas, conta.
Ele disse que o seu último resgate foi de um gatinho, na sexta-feira (29/3). O gatinho resgatado ali na Mosela foi um pouco complicado, pois tinha que chamar os Bombeiros. Mas também teve o cachorro que resgatei, que era um poodle bem grande e que está lá em casa. Ele estava bem ruim, muito magro e quando realizamos a tosa e banho conseguíamos ver a costela dele. Ele estava abandonado na rua e então consegui ir a uma dessas clínicas, mas não consigo afirmar que é uma parceria. Eu não costumo até mesmo chamar assim, porque para mim, parceria é uma coisa com a qual você pode contar. As pessoas não podem chamar de parceiro uma pessoa que eventualmente te ajuda, mas, se tenho uma pessoa que me ajuda sempre, aí é o meu parceiro, explica.
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