Larissa Martins - especial para o Diário
Praticar exercícios físicos é um dos hábitos frequentemente recomendados para que as pessoas se sintam melhores e felizes. A liberação de hormônios que transmitem a sensação de prazer após e durante os exercícios físicos são cientificamente comprovados, mas a felicidade não pode ser construída apenas baseados na liberação pontual de endorfina, por exemplo. A felicidade está para além e é uma construção de vida.
A especialista em felicidade pela Universidade de Berkeley, Chrystina Barros, explica que existem diversos hábitos que a gente deve buscar incorporar a nossa rotina que ajudam para a sensação de alegria e felicidade.
A gente está falando de boas horas de sono, de um sono reparador e aqui fica a dica, não levar celular para a cama. A tela brilhosa estimula a nossa retina, não permite que a gente entre no sono de repouso, a cabeça fica agitada. Então com isso a gente não descansa e não se recompõe. Exercícios físicos também são importantes porque nos ajudam, inclusive, a liberar hormônios que nos trazem relaxamento. A gente fala também da prática de meditação, e aqui as pessoas muitas vezes pensam que meditar é não pensar em nada. Não existe cabeça vazia. Meditar é a gente tentar trazer a atenção para o tempo presente. Então dá para a gente começar com alguma meditação guiada, mas é tentar ter um tempo de ócio. E aqui, eu repito, o mundo digital hoje nos consome em telas de rolagem infinitas. Se a gente conseguir limitar isso até no aplicativo do nosso celular, a gente já melhora em muito a nossa atenção, a nossa concentração, e daí até o uso dos nossos neurônios para aquilo que realmente é importante, consumindo menos energia, menos emoção, menos desgaste, menos erros em várias conexões que a gente faz do dia a dia. Isso tudo nos ajuda para bem-estar, diminui a ansiedade, a gente vê trabalhos que mostram aumento no número de jovens, adolescentes e jovens, em depressão, inclusive em tentativa de suicídio, exatamente por esse mundo digital. Então a redução de ansiedade, doença mental, sem dúvida nenhuma, vem por conta disso. E fechando a questão da alimentação. Uma boa alimentação ajuda também a gente a ter mais saúde, a gente está falando aqui de alimentos, como por exemplo nozes, peixe, ovos, que podem nos ajudar na produção da serotonina, que é esse neurotransmissor que é chamado também de hormônio da felicidade, e isso ajuda inclusive a combater a depressão. Mas lembrando que todos esses hábitos são físicos e depende muito da nossa vontade de querer, ensina a especialista.
Ela sugere ainda que em um caderno, a pessoa note diariamente um motivo pelo qual agradece a vida. A ideia é apontada como positiva, pois nos exercita a lembrar de coisas boas.
Quando a gente passa o dia a dia, nossa cabeça gruda muito as coisas negativas, porque isso faz parte da nossa sobrevivência. Então, ter o hábito de escrever para que um dia, quando a gente estiver num momento mais triste, a gente se lembre do momento feliz. Então, isso é um hábito que a gente pode estimular, que ajuda demais na alegria, na gratidão, na felicidade, que é o saldo da vida, diz.
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