De 2023 até a segunda semana epidemiológica de 2025, foram registrados três casos humanos no Brasil
Bruna Nazareth
A raiva humana, doença infecciosa viral aguda, pode ser transmitida entre animais e seres humanos. Causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, a doença tem uma taxa de letalidade próxima de 100% e pode ser transmitida através da saliva, arranhadura, lambedura ou contato com as mucosas dos olhos, nariz e boca.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2005 a 2024 foram confirmados 108 casos de raiva humana no Brasil, sendo o Nordeste a região com o maior número de casos, somando 60. Em seguida, o Norte registrou 32 casos, o Sudeste, 11 casos, o Centro-Oeste, 4 casos e o Sul, com apenas 1 caso.
Os principais transmissores do vírus para os seres humanos no país são os animais silvestres. De acordo com dados da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), 64,8% dos casos de raiva humana, entre 2005 e 2024, foram causados por esses animais. No mesmo período, houve um aumento da doença em morcegos urbanos: de 2005 a 2014, foram 1.690 registros, enquanto de 2015 a 2024, foram 2.738, representando um aumento de 62%.
De 2023 até a segunda semana epidemiológica de 2025, foram registrados três casos humanos, todos na região Nordeste, transmitidos por primatas do gênero callithrix, como sagui, soim e mico.
Quais são os sintomas?
Após o período de incubação, os sintomas clínicos inespecíficos da raiva humana surgem e duram de dois a 10 dias. Durante esse período, o paciente pode apresentar:
- Mal-estar geral;
- Pequeno aumento de temperatura;
- Anorexia;
- Cefaleia;
- Náuseas;
- Dor de garganta;
- Entorpecimento;
- Irritabilidade;
- Inquietude;
- Sensação de angústia;
- Aumento dos linfonodos;
- Hipersensibilidade a estímulos
- Parestesia no trajeto de nervos periféricos próximos ao local da mordedura,
- Alterações de comportamento.
As complicações mais graves podem surgir como ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados ou convulsões.
Prevenção
O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas evitem tocar ou interagir com animais silvestres, em especial morcegos, já que acidentes envolvendo estes animais são considerados graves. Em cães e gatos, uma das formas mais eficazes de prevenir a raiva animal e a transmissão aos humanos é por meio da vacinação.
Em Petrópolis, segundo a Coordenadoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, foram vacinados 25.132 animais, entre cães e gatos, dentro das campanhas de vacinação antirrábica realizadas ao longo de 2024.
“Em relação à campanha de 2025, destacamos que o planejamento está em andamento, porém, ainda não há definição de datas. Assim que o cronograma for estabelecido, todas as informações serão amplamente divulgadas nos canais oficiais da Prefeitura”, ressaltam.
Pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva, também precisam se prevenir com a vacina antirrábica, que é recomendada para:
- Médicos veterinários, biólogos, profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva, estudantes de Medicina Veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas afins;
- Pessoas que atuam na captura, contenção, manejo, coleta de amostras, vacinação, pesquisas, investigações ecopidemiológicas, identificação e classificação de mamíferos, inclusive funcionário de zoológicos;
- Espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em áreas de risco;
- Turistas que viajam para áreas de raiva não controlada, devem ser avaliados individualmente.
Em casos de acidentes envolvendo animais que possam transmitir a raiva, animais silvestres ou domésticos, é necessário que a vítima lave a região com água e sabão e procure atendimento médico em uma unidade de saúde para avaliação e a realização do esquema antirrábico.
*Com informações do Ministério da Saúde
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