Lenilson Ferreira - Psicanalista
O Censo 2022 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que os adeptos de religiões de matriz africana como Umbanda e Candomblé cresceram quase quatro vezes entre 2010 e 2022.
Um total de cerca de 1,8 milhões de pessoas se declararam adeptas dessas religiões em 2022. Eram um pouco mais de 525.000 em 2010, quando representavam 0,3% do total de religiosos.
As chamadas religiões de matriz africana cresceram de forma mais pronunciada no Sul e no Sudeste do Brasil, onde, respectivamente, seus adeptos totalizam hoje 1,6% e 1,4% da população.
O tema é de grande importância para a saúde mental porque a fé é um poderoso elemento para sua construção e manutenção, um poderoso aliado na luta contra a ansiedade, a depressão e a ideação suicida.
Analisando o censo atual, estudiosos do tema destacam que não se confirmaram previsões feitas antes de 2010 de que o total de evangélicos seria maior do que o de católicos após 2020. Católicos representam hoje 56,7% da população, enquanto os evangélicos são 26,9% dos brasileiros.
A cidade de Petrópolis é um belo exemplo da diversidade religiosa que caracteriza o Brasil. Católicos são aqui cerca de 48%, evangélicos são cerca de 29%, espíritas cerca de 4% e religiões de matriz africana cerca de 1,5%. Pessoas sem religião são quase 13% e pessoas de outras religiosidades atingem o percentual de cerca de 5%.
Ao contrário do que muitos previram nas últimas décadas do século XX, os brasileiros não estão perdendo interesse na religiosidade e nas religiões. O que percebemos à nossa volta é exatamente o contrário: discussões sobre a fé estão na ordem do dia no Brasil!
Ao mesmo tempo em que a fé desperta interesse crescente entre os brasileiros, a ciência e a espiritualidade cada vez se aproximam mais tanto no Brasil quanto no mundo.
Pessoas bem informadas têm percebido uma verdadeira transformação na relação entre a fé e a ciência. Têm sido reforçadas as palavras do físico Albert Einstein que entendia que ambas se complementam. “A ciência sem religião é manca e a religião sem ciência é cega”, ele disse.
É importante reforçarmos a importância da fé neste primeiro quarto do século XXI quando tudo parece estar piorando à nossa volta. Fé gera esperança e esperança reforça a saúde mental.
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