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Risco de seca em Petrópolis sobe para moderado a alto em outubro

Cidade registra 150 focos de incêndios em vegetação em 2025

Foto: Arquivo
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Larissa Martins

Petrópolis entrou em outubro com previsão de seca moderada a alta, especialmente em Itaipava, Corrêas e áreas rurais, segundo o monitoramento do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

A previsão se baseia em um índice que considera a chuva, a umidade do solo, e a saúde da vegetação. Quando esses três elementos estão muito baixos, o índice resulta em intensidades de seca maiores.

“Essa época do ano já é naturalmente menos chuvosa, por conta do clima da região Sudeste do Brasil, que tem invernos mais secos. Porém, a chuva abaixo da média para o período não era esperada. Um evento de seca é uma anomalia climática, ou seja, foge do esperado para o período. Por isso é importante ficar atento ao monitoramento do clima feito pelos órgãos de meteorologia e desastres”, alerta o pesquisador Marcelo Zeri, do Cemaden.

Incêndios florestais

O período aumenta o risco de incêndios em áreas de mata e unidades de conservação ambiental. Um levantamento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) mostra que equipes foram acionadas para 150 focos de incêndios em vegetação. Em outubro do ano passado foram 23 ocorrências, mas no mesmo período do ano anterior foram apenas três.

A corporação segue em estado de atenção e busca conscientizar a população a evitar algumas práticas que provocam esses incêndios, como descarte de pontas de cigarro, soltura de balões e de fogos de artifício, além da queima de lixo.

Plano de Contingência

Além disso, a Defesa Civil Municipal também elaborou um Plano de Contingência para Estiagem e Fogo em Vegetação Inverno 2025. O documento serve como referência para a coordenação das ações preventivas, de preparação, resposta e recuperação, diante de ocorrências que possam alterar significativamente os cenários de risco mapeados no território municipal.

Ele organiza fluxos operacionais, define responsabilidades institucionais e estabelece os procedimentos a serem adotados de forma articulada entre os setores envolvidos. O documento está disponível no site da prefeitura ( www.petropolis.rj.gov.br ).

Falta d’água

Outro risco nesse período é o déficit hídrico. O abastecimento de água em Petrópolis está normalizado, segundo a Águas do Imperador. Porém, o Panorama das Condições de Seca no Brasil Pré Estação Chuvosa divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo Cemaden aponta que, o Brasil enfrenta uma prolongada seca hidrológica, agravada por chuvas irregulares, altas temperaturas e evapotranspiração elevada, que têm comprometido a recarga de rios e reservatórios, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.

Embora a temporada chuvosa de 2024/2025 tenha trazido alívio parcial, a recuperação hídrica foi insuficiente para reverter os déficits acumulados ao longo de anos consecutivos. No outono e inverno de 2025, o déficit hídrico voltou a intensificar a seca.

Pré-estação chuvosa

O lado positivo é que outubro também marca o fim do período de estiagem e o início da pré-estação chuvosa, que corresponde à transição entre a estação seca e o regime pleno de chuvas do verão. No entanto, de acordo com o Panorama do Cemaden, os próximos meses ocorrerão sob a influência de uma La Niña de ciclo curto e de fraca intensidade. Durante esse evento, os episódios de chuvas também seguem abaixo da média em algumas regiões, mas em outras há mais chance de chuvas fortes, como no Sul, por exemplo.

Veranico

No país, segundo o Panorama, entre dezembro de 2024 e o final do inverno de 2025, os maiores períodos consecutivos sem chuva no Brasil ocorreram, como esperado, durante o inverno, em função do predomínio da estação seca em grande parte do país.

Em algumas áreas da região central, por exemplo, foram registrados de 60 a 90 dias seguidos sem precipitação. O Rio de Janeiro registrou entre 10 e 30 dias sem chuva, acima do considerado normal para a época. Este período seco, conhecido como o veranico de fevereiro, ocorreu no fim de janeiro e se estendeu pelo mês de fevereiro de 2025 e foi particularmente intenso nesta estação chuvosa de 2024/2025.

No outono, as anomalias positivas concentraram-se na região central, variando de 10 a 20 dias acima da média. No inverno, observou-se o cenário mais crítico: uma área mais extensa, em comparação às demais estações, apresentou entre 10 e 40 dias consecutivos sem chuva além do normal. Essa persistência de condições secas contribuiu de forma significativa para o agravamento da seca, sobretudo de caráter hidrológico, nessas regiões.

O Panorama completo está disponível no seguinte endereço: www.gov.br/cemaden .

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