Mauro Peralta - médico e ex-vereador
Como a esperança é a última que morre, a vitória da oposição na escolha do presidente e do relator da CPMI que investigará as fraudes no INSS reacende a expectativa de que, desta vez, tudo não acabe em pizza.
O presidente eleito da comissão é o senador Carlos Viana, de Minas Gerais, jornalista, professor e ex-vice-líder do governo Bolsonaro no Senado. Já a relatoria ficou com o deputado federal por Alagoas, Alfredo Gaspar, promotor de Justiça e ex-secretário de Justiça de seu estado. Temos confiança de que irão buscar a verdade e identificar quem se apropriou do dinheiro destinado aos aposentados e pensionistas.
Diversos esquemas de fraude, superfaturamento, concessão irregular de benefícios e corrupção interna drenaram mais de 6 bilhões de reais dos cofres públicos. Houve falsificação de documentos, lesando mais de 4,1 milhões de beneficiários. Entidades que supostamente deveriam proteger os trabalhadores, como a Contag e outras, precisam explicar seu envolvimento e devolver o que foi desviado dos mais humildes, muitos dos quais são analfabetos funcionais e vítimas fáceis desse esquema perverso.
O INSS é, na prática, um grande esquema de pirâmide. Os mais jovens dificilmente conseguirão se aposentar, pois o sistema irá quebrar antes de honrar todas as promessas. Quem possui mais conhecimento financeiro investe de forma privada e obtém rendimentos muito superiores, enquanto o aposentado comum recebe em média uma fração ínfima do que contribuiu ao longo da vida. A má gestão dos recursos contribui para antecipar a quebra da pirâmide.
O Brasil não pode continuar a ser a terra da impunidade, onde se cultua a malandragem, se despreza o estudo e se sufoca quem produz com impostos e taxas, enquanto ladrões do erário seguem impunes.
É urgente passar o país a limpo. Precisamos de fiscalização rigorosa, transparência na gestão dos recursos e punição exemplar aos que roubaram o dinheiro dos aposentados. Só assim deixaremos de ser um país que pune quem trabalha e premia quem rouba.
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