Cidade possui 271 hectares de Mata Atlântica, protegidos pelo órgão por meio de Reservas Particulares do Patrimônio Natural
Larissa Martins
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) está providenciando a publicação de uma portaria de reconhecimento provisório da Reserva Particular do Patrimônio Ambiental (RPPN) Remanso do Rocio, no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. No ano passado, o órgão abriu prazo até 6 de janeiro de 2025 para receber manifestações da população para a consulta pública sobre a criação da RPPN.
A área de criação dessa reserva está localizada no bairro Fazenda Inglesa e é contígua à Reserva Biológica Estadual de Araras (Rebio Araras), unidade de conservação administrada pelo Inea. A RPPN proposta abrange 2,05 hectares de Mata Atlântica que abriga uma rica biodiversidade, e contribui para a manutenção de serviços ecossistêmicos na região.
Reconhecidas pelo poder público em propriedade privada, a partir de iniciativa voluntária de seus proprietários, as RPPNs são averbadas junto ao Registro Geral de Imóveis (RGI), reconhecimento esse que passa a acompanhar em caráter perpétuo a vida da propriedade.
Essas reservas, quando reconhecidas pelo Inea, são consideradas unidades de conservação de proteção integral, conforme estabelecido pelo decreto estadual nº 40.909/2007, sendo permitida apenas a realização de atividades de educação ambiental, turismo e pesquisa científica. Esse mesmo decreto instituiu o Programa Estadual de Apoio às RPPNs, que é coordenado pelo Serviço de RPPN do Inea.
Por meio desse programa, o órgão ambiental estadual oferece suporte técnico e orientações aos proprietários interessados na criação e implementação das reservas, elaboração de planos de manejo, apoio no georreferenciamento dos imóveis e RPPNs, emissão de autorizações de pesquisa e inscrição no Cadastro Ambiental Rural-CAR. Atualmente, 9.310 hectares de Mata Atlântica estão protegidos por 114 RPPNs reconhecidas pelo Inea.
RPPNs no município
Petrópolis conta com cinco RPPNs reconhecidas pelo órgão ambiental estadual, que totalizam 271 hectares de área de Mata Atlântica protegida. São elas:
RPPN Caldeirão (2,180 ha)
RPPN Jacutinga (15,360 ha)
RPPN Regina (27,140 ha)
RPPN Regina Clara (5,820 ha)
RPPN Toca da Onça (220,960 ha)
Essa última foi reconhecida em 2023, sendo a primeira RPPN estadual no território de um Monumento Natural, o MONA Estadual Serra da Maria Comprida, UC estadual recém-criada pelo Inea na região, na época. A RPPN 110 abriga uma rica biodiversidade, com destaque para espécies ameaçadas da flora como a flor-da-imperatriz (Worsleya procera), o palmito jussara (Euterpe edulis) e a bromélia-imperial (Alcantarea
imperialis).
Já em relação à fauna, é possível citar o registro de primatas como o sagui-da-serra-escuro (Callithrix
aurita) e o bugio (Alouatta guariba clamitans). A região ainda conta com elementos significativos da geodiversidade, como as formações rochosas da Maria Comprida e o Monte de Milho.
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