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Saiba como falar com crianças e adolescentes sobre saúde mental

Foto: Freepik
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Bruna Nazareth - especial para o Diário

A saúde mental é um tema amplamente discutido entre adultos, mas muitos pais ainda não percebem a importância de abordar esse assunto com seus filhos desde a infância e adolescência. Falar sobre, ajuda os jovens a entenderem suas emoções e a considerar o momento de buscar ajuda.

No contexto do Setembro Amarelo, é essencial fortalecer a conscientização entre os responsáveis sobre a necessidade de conversar com seus filhos sobre saúde mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre esse público e o suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos, o que torna essa conversa ainda mais urgente.

Na infância, as conversas sobre saúde mental ainda são raras, mesmo com dados que mostram que 75% dos transtornos mentais começam nesta fase da vida, e metade deles surge até os 14 anos. Ignorar essas condições nas crianças e nos jovens pode gerar consequências que prolongarão na vida adulta, afetando tanto a saúde física quanto a mental, além de limitar oportunidades futuras.

Diante desse cenário, com o objetivo de promover a saúde mental e prevenir transtornos, a Associação Brasileira de Psiquiatria lançou uma cartilha com orientações para que pais e responsáveis abordem o tema com suas crianças e adolescentes de forma adequada e informada. Algumas das instruções são:

- Usar uma linguagem simples e clara: Adapte sua linguagem à idade. Evite termos técnicos e explique conceitos de forma que a criança possa entender.

- Ser aberto e acessível: Crie um ambiente onde a criança se sinta segura para falar sobre seus sentimentos sem medo de julgamento.

- Usar exemplos concretos: Utilize histórias, livros, filmes, desenhos para ilustrar pontos sobre saúde mental. Isso ajuda muito a tornar o assunto mais compreensível para a idade de seu filho.

- Normalizar os sentimentos: Explique que é normal sentir emoções como tristeza, raiva e alegria. Mostre que todos passam por momentos difíceis.

- Ensinar estratégias de enfrentamento: Dê à criança ou ao adolescente ferramentas práticas para lidar com suas emoções, como respiração profunda, contagem até dez ou falar com um adulto de confiança.

- Incentivar a expressão emocional: Encoraje a criança ou o adolescente a falar sobre como se sente ou a expressar seus sentimentos através de desenhos, brincadeiras ou escrita.

- Ser um exemplo: Demonstre como você lida com suas próprias emoções de forma saudável. As crianças e os adolescentes aprendem muito observando os adultos. Fale sobre suas emoções, demonstre para seu filho, que estas emoções podem acontecer com todos.

- Estar atento aos sinais: Preste atenção ao comportamento da criança. Mudanças repentinas podem indicar que ela está enfrentando dificuldades emocionais e precisa de apoio profissional.

- Promover a autoestima: Reforce as qualidades e conquistas da criança, ajudando-a a desenvolver uma autoimagem positiva. Sempre destaque positivamente cada conquista que seu filho teve, especialmente aquelas que para ele eram muito difíceis. Isto ajudará a criança a ser mais confiante e assertiva.

- Buscar ajuda profissional se necessário: Se a criança estiver enfrentando problemas persistentes ou graves, considere consultar um psiquiatra com Registro de Qualificação de Especialidade em Psiquiatria da Infância e Adolescência.

Como identificar os sinais de alerta?

A psicopedagoga, Viviane Leal, destaca os principais sinais de alerta que podem indicar que uma criança ou adolescente está enfrentando problemas de saúde mental e que indicam que os pais devem buscar ajuda profissional para seus filhos Esses sinais incluem:

- Mudanças Comportamentais: Alterações significativas no comportamento, como agressividade, irritabilidade ou apatia.

- Isolamento Social: Diminuição no interesse por atividades que antes eram prazerosas e afastamento de amigos e familiares.

- Alterações no sono: Dificuldades para dormir ou sono excessivo.

- Problemas Acadêmicos: Queda de rendimento escolar ou desinteresse pelas atividades escolares.

- Mudanças no apetite: Perda ou aumento significativo de peso.

- Choradeira Excessiva ou Raiva: Reações emocionais desproporcionais a situações cotidianas.

- Queixas Físicas Sem Causa Médica: Dor de cabeça, dor abdominal ou outras queixas físicas que não têm explicação médica.

- Pensamentos de Autolesão ou Suicídio: Qualquer verbalização ou comportamento que sugira que a criança ou adolescente esteja pensando em se machucar.

*Com informações da Associação Brasileira de Psiquiatria, OMS e Fiocruz

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