Museu se prepara para o bicentenário de nascimento de D. Pedro II
Larissa Martins
O Museu Imperial informou que alguns espaços expositivos do Palácio Imperial passarão por um processo de reformulação, em preparação para as ações comemorativas do bicentenário de nascimento de Dom Pedro II, que será celebrado em dezembro de 2025.
Como parte desse processo, determinadas salas permanecerão temporariamente fechadas à visitação, a fim de viabilizar as intervenções necessárias. No momento, já se encontram interditadas as Salas do 2° Reinado (Ala Esquerda) e a Sala de Exposição 4 (Ala Direita). Em breve, outras salas também estarão fechadas, como a Sala de Pedro Augusto e a Saleta.
O fechamento das salas tem como objetivo garantir a preservação do patrimônio histórico e oferecer, em breve, uma visita ainda mais enriquecedora aos visitantes, segundo o comunicado divulgado nas redes sociais.
Todo o andamento e a preparação serão divulgados periodicamente, para que todos acompanhem e sintam-se convidados a visitar as novos espaços expositivos do Museu do Museu Imperial.
“O fechamento provisório das salas obedece ao fluxo e à dinâmica de montagem e desmontagem das exposições e demais atividades de conservação, restauração e projetos especiais. Atualmente, temos duas exposições sendo preparadas e montadas no circuito, a saber: Exposição Fale-me de Pedro, mostra temporária que irá ocupar a ala direita do Palácio, e a Sala dos Trajes Majestáticos de D. Pedro II, que será instalada na ala esquerda, na antiga Sala do II Reinado. Ambas as exposições fazem parte da programação do bicentenário de nascimento de D. Pedro de Alcântara, D. Pedro II, embora a segunda seja permanente. Outra atividade que requer fechamento provisório de espaços é o Projeto Executivo do Sistema de Segurança Contra lncêndio e Pânico do Museu Imperial, que recebeu recursos oriundos da Chamada Pública para Seleção de Projetos de Patrimônio Cultural Segurança em Instituições Culturais Públicas de Guarda de Acervos Memoriais do BNDES. No momento, todo o Palácio Imperial de Petrópolis, o prédio da Biblioteca e o Cineteatro passam por intervenção, como a aplicação de verniz anti-chama nos pisos. Assim, o fechamento e a reabertura dos espaços constituem atividades dinâmicas e que dependem do ritmo das atividades previstas”, explica o diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente Ferreira Júnior.
Programação
A programação do bicentenário está sendo divulgada durante os eventos que tiveram início há dois anos, com o lançamento do livro D. Pedro II e Portugal: memória, representações e sociabilidades, lançado no Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, e no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa e no Palácio Nacional de Mafra, em Mafra, igualmente em Portugal. Na sequência, foi lançado o Calendário de parede comemorativo ao Bicentenário de nascimento de D. Pedro de Alcântara.
“E mais recentemente, abrigamos o lançamento da nova edição da biografia de D. Pedro II do escritor Paulo Rezzutti. Temos, ainda, vários momentos de celebração, como a inauguração das duas exposições acima referidas e outras atividades que serão divulgadas oportunamente”, conta Maurício.
História
D. Pedro II, nascido em 2 de dezembro de 1825, era filho do primeiro imperador do Brasil, D. Pedro I, e da imperatriz D. Leopoldina. Seu nome completo era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.
A crise política sucessória em Portugal, somada à insatisfação interna, foi determinante para que D. Pedro I retornasse a Portugal e abdicasse do trono brasileiro em favor de seu filho, que na época tinha cerca de 6 anos.
Como D. Pedro II ainda era muito jovem, iniciou-se o período da Regência Trina Provisória até que atingisse a maioridade e pudesse ser coroado. Isso aconteceu em 1841, na Capela Imperial, no Rio de Janeiro, tornando-se então o segundo imperador do Brasil.
D. Pedro Il foi um grande apoiador das artes e das ciências, enfrentando também desafios políticos internos e externos. Seu reinado perdurou até 1889, quando, com a Proclamação da República, ele foi deposto.
Restauração de cadernetas
Atualmente, o Museu Imperial também está restaurando 38 cadernetas de viagem do imperador D. Pedro II. O conjunto, reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio documental da humanidade, passa por um minucioso processo de preservação que inclui higienização, restauração, reconstituição, encadernação, acabamento e tratamentos específicos para reparo de perdas e danos.
O projeto foi viabilizado por recursos financeiros oriundos de acordo firmado com o Ministério Público Federal (MPF), a partir de proposta apresentada pelo Museu Imperial.
Muitas das peças apresentam estado frágil devido à ação do tempo, mas reúnem anotações que oferecem um retrato detalhado das transformações ocorridas no século XIX, incluindo inovações tecnológicas e referências culturais que marcaram a transição para a Modernidade.
A execução do trabalho ocorre no Laboratório de Conservação e Restauração do Museu Imperial, sob supervisão de sua equipe técnica e está a cargo da empresa R C Gonçalves Encadernações e Restauro “Obra Rara”. O prazo estimado para a conclusão é de quatro meses, ao final dos quais será elaborado relatório técnico detalhado do processo.
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